quarta-feira, 19 de novembro de 2008

A "cilada" do cinema nacional

“Cinema brasileiro é uma droga” e “Eu não vou gastar dinheiro para assistir a um filme nacional” são frases freqüentes no vocabulário do povo brasileiro. Mas o que será que destruiu a imagem do nosso cinema?
A ausência de investimento? Este é um dos grandes “nós” do cinema nacional, mas muitos filmes independentes conseguem se estabilizar no mercado e fazem quase tanto sucesso quanto filmes com capital astronômico. Um bom exemplo é o atual “Juno”, filme independente assistido por milhares de pessoas no mundo inteiro.
Talvez então a falta de idéias inovadoras? A verdade é que todos os filmes parecem copia de algum já existente. Os temas, os atores, e até mesmo o cenário são os mesmos. Mas isso também acontece com o cinema Holywoodiano e nem por isso ele está em queda.
O cinema brasileiro se divide, basicamente, em quatro categorias:
1) Filmes com engajamento político, que geralmente mostram o que o Brasil têm de pior, mas que tem um publico garantido, na sua maioria jovens que querem mudar o mundo e “enxergar” o verdadeiro Brasil, mesmo que seja através da lente de um diretor e não com seus próprios olhos.
2) Dramas relacionados ao uso de drogas, um tema sempre atual e deverás importante. Mas cujos filmes sempre retratam a mesma coisa, de um lado o jovem que cai em desgraça devido às drogas, do outro os pais que, ou só percebem que o filho se droga quando ele tem uma overdose, ou que descobrem no inicio, mas por serem muito conservadores abandonam o filho à própria sorte, a exemplo de “Bicho de sete cabeças”, filme no qual os pais internam o filho numa instituição psiquiátrica após encontrarem um cigarro de maconha em seu casaco.
3) Comédias sem criatividade, que repetem inclusive as mesmas piadas. Esta é uma categoria tão complexa que merece um “post” dedicado somente a ela (compromisso assumido!).
4) E finalmente, mas não menos “importante”, filmes da Xuxa. A verdade é que filmes com “Xuxa” no título, ou a imagem da “rainha” no cartaz, são garantia de público. Sempre que surge um novo “Xuxa e não que o que lá” o rebuliço se faz presente, mães que querem levar seus filhos e crianças que querem assistir à sua diva. Aquecimento global? Crise do dólar? O importante mesmo é que a Xuxa lançou um novo filme!
Então me pergunto novamente: Qual o problema do cinema nacional?
Não sei. Se soubesse não teria perguntado!
Mas acredito que seja um “mix”. Filmes sem inovação aliados à falta de capital, somados com o exagero de alguns cineastas e a “ilustríssima” presença de filmes apenas comerciais, formulados por uma Indústria Cultural que estraga a cultura popular e distorce a cultura erudita, geraram e ainda geram filmes que o povo não quer (e nem deve) assistir.
A presença destes filmes denigre a imagem do nosso cinema e, com isso, o público deixa de assistir a filmes realmente bons, com medo de caírem na cilada do cinema nacional.

Carina Reis



Apresentação

Olá, meu nome é Carina Reis e, como todos os outros, sou aluna da PUC-Campinas. Minha editoria fixa é cultura, mas pretendo percorrer todas as outras e me reservo o direito de postar contos e crônicas, de vez em quando.
Espero que gostem do blog e que não sejam apenas leitores, mas sim críticos do nosso trabalho. Discutam conosco e provem o seu ponto de vista!
Beijo,
Cá Reis

Um comentário:

Unknown disse...

Sinceramente, eu sou um desses que sentem pavor de assitir a um filme nacional. Tive o mesmo receio com relaçao ao "diario de motocicleta", mas resolvi assistir, e gostei. Mas com relaçao os filmes brasileiros, ja estou cansado, e alem disso, saturado. Violencia? Sexo? Drogas? algum assunto novo ao cinema brasileiro? Os produtores resolvem fazer filmes e nao investem dinheiro como os filmes de hollywood. Nao que isso menospreze a capacidade de nossos atores, mas que efeitos especiais e belas qualidades no audio nao sao percebidas nos nacionais. Bom, to atrasado, ta ai um pouco da minha humilde opiniao!