sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

20 Anos de Ditadura Teixeira


Quem imaginava que o ditador brasileiro a ocupar a presidência por uma maior período de tempo fosse Getúlio Vargas se enganou. Apesar de 15 anos ser uma eternidade, 2009 marca o aniversário de 20 anos de Ricardo Teixeira à frente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), cargo que no Brasil tem quase a mesma importância do que a de chefe máximo de Estado.
Em 1989, João Havelange deixaria a presidência da entidade nacional para presidir a FIFA e utilizou do nepotismo para manter seu poder à frente da Confederação. Cansado da dupla Nabi Abi Chedid e Octávio Pinto Guimarães, e vendo seu cargo ameaçado pela fome de poder de ambos, JH criou o grande messias Ricardo Teixeira, seu genro, a fim de manter entre seus pares o comando da CBF.
É verdade que em sua administração a confederação nunca mais teve problemas financeiros, mas isso só foi possível pelo fato de Teixeira ter transformado-a em um grande escritório. A chamada “profissionalização do futebol” mostrou que as intenções reais são encher o cofre da entidade, enquanto os clubes estão cada vez mais falidos, chegando a necessitar da ajuda do Governo Federal na criação da Timemania, a “Loteria do Futebol”.
Ricardo Teixeira em sua administração levou o Brasil a 3 finais de Copas do Mundo, conquistando duas delas. Isso também é inegável. Mas o preço a se pagar para isso foram contratos duvidosos com patrocinadores como a Nike (que já ocasionou até uma CPI), que pagam uma verdadeira “mixaria” pelo espaço mais pobre do futebol – a camisa do Brasil - e tem lugar cativo. Alguém leva muita vantagem com isso.
A Seleção Brasileira em sua gestão é marcada por inúmeras convocações suspeitas, nas quais jogadores surgem do nada, são convocados para 3 ou 4 jogos, chamam atenção do futebol internacional (geralmente no mundo árabe) e são vendidos a preços absurdos. Lembrem-se das escalações, por exemplo, de Émerson Leão com Leomar e Erivelton, ou o atacante Afonso mais recentemente.
Graças a ele conseguimos trazer a Copa do Mundo de 2014 para cá? Será que isso realmente é bom? A responsável pela organização será Joana Havelange, a filha de Ricardo Teixeira. Ou seja, o presidente escolheu a própria filha para administrar as contas e fiscalizar os gastos da presidência. Quanta transparência. E mais: Teixeira já se garantiu no caro até o fim da Copa.
Essa simples afirmação mostra que todo o conselho da CBF está em suas mãos, dando-lhe a unanimidade de votos para ser presidente quantas vezes quiser. Democracia no futebol já!


PS: Em entrevista à ESPN Brasil na última quarta feira, o presidente Lula afirmou que o governo não irá reformar estádios com dinheiro público, sendo a ajuda federal concedida às obras de infraestrutura dentro do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Esperamos que isso diminua um pouco a farra com o dinheiro público que já é esperada para a preparaão do mundial.


Heitor Mário Freddo

2 comentários:

Imprensa Marrom e Cia disse...

Ricardo Teixeira é a tônica do que de mais bandido existe no futebol. Grosseiro, suspeito, e político podre acima de tudo. Que faça bem o seu trabalho e saia em 2014. Depois, sugiro uma detetização no prédio da CBF...

Eric Rocha

Anônimo disse...

E Ricardo Teixeira faz escola: vide os presidentes de Federações... E pensar que ele era apenas o "genro do homem". Poucos lembram, mas ele chegou a dizer o absurdo de ter visto Pelé jogar em 3 Corações...