Adeus Pantanal

Ontem foi exibido o último capítulo da reapresentação da novela Pantanal. A novela foi o grande trunfo de Silvio Santos para reconquistar a audiência do SBT e por esse motivo sua última aparição foi exibida simultaneamente ao primeiro dia do Big Brother Brasil 9. Sendo ou não seu último dia, a novela jamais desbancaria o reality show, entretanto conseguiu prender seus fiéis seguidores bem longe da Globo.
A novela, escrita por Benedito Ruy Barbosa, foi exibida no ano de 1990 na extinta TV Manchete na qual tomava o horário nobre.
A reapresentação de Pantanal significou muito não só para o bolso de Silvio Santos, mas é uma extensão de uma cultura novelística aprimorada da qual o Brasil já fez parte. Ao contrário das novelas atuais, sempre com o mesmo roteiro e personagens parecidíssimos, Pantanal trouxe uma história diferenciada, revelando um lugar maravilhoso do Brasil apagado aos olhos da massa e de extrema importância ao território nacional, tanto no quesito econômico, com as grandes criações, como de armazenamento de água potável.
Com um elenco bastante qualificado, contou com tramas místicas que enfeitavam as crenças pantaneiras, representadas pela mulher que virava onça e o velho do rio, espírito que ajudava os perdidos e doentes do local.
A novela ainda mostrou conteúdos culturais muito interessantes, casos de imagens de animais, costumes locais e um trilha sonora de alta qualidade, representada por um dos maiores violeiros do País, Almir Sater, além de outros músicos de nível elevado, casos de Nana Vasconselos, Beatles e Jean Luc Ponty.
Com isso, a televisão brasileira perde um pedacinho de seu brilho e resta agora contentar-se com Hebe, Ratinho e outros programas que não contribuem em nada para o desenvolvimento cultural e informativo, principal papel da mídia.

Francisco Valle