Enquanto isso no Pará

Começou na última terça-feira, em Belém do Pará, o Fórum social mundial, maior feira de idéias e alternativas do planeta. O evento, realizado pela última vez no Quênia, reúne todos os tipos de ativistas e militantes em uma variedade incrível de ONGS, correntes diversas e partidos políticos representados em sua grande maioria por jovens estudantes.
O evento, cujo objetivo atual é a preservação do meio ambiente e reformas políticas e econômicas que acabem com o capitalismo predatório e a crise financeira, conta com a participação do Greenpeace, partidos nacionais de direita e esquerda e algumas instituições políticas de outros países. Ainda marcam presença inúmeras tribos indígenas da Amazônia protestando contra os danos causados na floresta.
O primeiro dia foi marcado pela marcha de abertura, na qual 70 mil pessoas reivindicaram seus ideais nas ruas de belém, e pela ausência do famoso grito de “fora Bush” acompanhado pela queima da bandeira norte americana, ritual comum em fóruns anteriores, o local também foi palco de rituais religiosos dos indígenas com a contribuição de povos africanos.
A partir de hoje começam os debates, os participantes contam com 2400 eventos, entre seminários, mesas redondas, conferenciais e atos. Na área cultural serão expostas 200 manifestações. 100 mil pessoas são aguardadas nas atividades.
O Fórum social sempre demonstrou ser uma abertura para manifestos e construção de propostas que ajudem à sociedade em um melhor desenvolvimento e o desse ano representa, além de todas as constantes e corretas insatisfação das correntes esquerdistas, uma luta contra a devastação do meio ambiente e a turbulência econômica.
Apesar de perder sua força e energia inicial, o evento, por contar com políticos importantes do cenário sul-americano, carrega esperança de que propostas concretas sejam formadas e mesmo que raramente suas outras realizações tenham surtido efeito, é uma ótima oportunidade de construção conjunta de idéias que tendem a se fortalecer contra o caos ambiental que está à vista e as duras conseqüências caudas pela crise na população mundial.
Debates são sempre válidos e importantíssimos, haja vista que todos podem contribuir de alguma forma para a evolução global, desde que sejam quebradas as barreiras do individualismo e principalmente da alienação que sustenta um sistema desigual.

Francisco Valle