segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A Força de uma Marola



Para quem embarcou na marolinha do Presidente Lula, a crise traz ventos que certamente irão derrubá-lo com toda sua força.
Segundo estudos da Fundação Getúlio Vargas, divulgados ontem no jornal O Estado de S. Paulo, um terço das indústrias brasileiras pretende anunciar demissões. O índice é o maior dos últimos dez anos.
O caderno econômico informa que 32,5% de 1.086 indústrias que juntas mantêm um quadro de 1,3 milhão de funcionários inicia um período de demissões.
Para agravar ainda mais a situação, devemos lembrar que nesse quesito existe o chamado “efeito dominó”: o nível de empregos nas fábricas tem aumentado também a quantidade de empregados e em outros postos de trabalho nos demais setores, sobretudo o comércio, que representa 64,4$ das vagas. Para cada vaga aberta nas fábricas são criados três empregos diretos ou indiretos no setor de serviços.
Outras conseqüências dessas demissões: o emprego industrial é o que apresenta os maiores salários e são, obrigatoriamente, formais (com carteira assinada). Isso leva a uma diminuição na movimentação financeira, prejudicando sobretudo as compras a prazo (que em sua maioria exigem comprovação de renda).
Todos devem se lembrar do pronunciamento do presidente Lula, no fim do ano passado, em horário nobre em rádio e televisão: “não deixem de comprar, pois o Brasil precisa dessa movimentação financeira”. Depois, Lula assegurou que “a crise não é nossa”.
Mas como fica a cabeça do trabalhador que ouve de seu presidente da República que a crise passa longe do Brasil e do seu presidente da empresa que a dita cuja causou sua demissão?
O mar não está para peixe. Tem muito tubarão tentando respirar.

Heitor Mário Freddo

3 comentários:

Eric Rocha disse...

A marolinha vem engolindo o presidente mesmo... Mas, basta pensar um pouco pra ver que o que ele queria era justamente não preocupar o trabalhador. Durou um certo tempo, mas quando chegam os resultados negativos vindos do exterior, não há empresa no mundo que aguente sem ajustar os custos. O que me preocuopa é ver que tudo vai cair num círculo vicioso: menos trabalho, menos consumo, menos produção e consequente menos ofertas de emprego. Tá complicado viu...

Francisco Valle disse...

Lula se mostra cada vez mais contra o trabalhador ... todo seu discurso idealista de antigamente (ja desbancado a muito) cai água abaixo junto com suas atitudes. E o trabalhador nem sabe do que se trata a crise economica, um fato que não deve ser escondido da população, pois as consequencias da crise irão afetar diretamente no seu bolso, enquanto o trabalhador se mata para conseguir um prato de arroz e feijão, nosso presidente saboreia um gostoso caviar. A crise não vai chegar para Lula mesmo, nem para os banqueiros, patrôes e politicos, acho q por isso ele dizem que ela está tão longe do povo brasileiro. Como sempre os probres devem pagar por um divida que não é deles.

Francisco Valle

Anônimo disse...

O duro é acreditar que o nosso presidente ainda possa confundir o pedido para os consumidores não deixarem de consumir com a necessidade de fazer dívidas. Ao invés do consumo consciente, ele incentiva o endividamento desenfreado da classe média / baixa.
Onde isso acabará? Talvez só o rei da marolinha saiba...
Não, certamente ele não saberá!
A crise do crédito imobiliário amerciana começou, se fizermos uma tosca comparação, com essa mesma oferta de financiamneto: com a diferença de que nossos juros são astronômicos.