Como diz a sabedoria popular, “um relógio parado também informa a hora certa duas vezes ao dia”.
Tive ontem duas gratas surpresas com relação ao jornalismo partindo de veículos dos quais jamais esperaria: o jornalismo do SBT e o jornal Folha Universal.
Em sua tentativa de documentário, o SBT Repórter apresentou em sua primeira edição do ano uma interessante matéria sobre drogas pesadas, mostrando a dificuldade na vida dos viciados em tratamento de recuperação. O enfoque foi dado ao crack. Em seguida, o jornalístico explicou de forma clara o que é o ecstasy, a droga moderna, com seu funcionamento e seu tráfico.
Outra discussão levantada é que o uso e a entrada desta droga no país se dá por conta das classes média e alta, “cutucando a ferida” de que tráfico não é um problema concentrado nas favelas e periferias.
Sendo uma cópia do modelo do Globo Repórter, o SBT Repórter foge o exemplo global de que esse tipo de programa deve ser apenas um “entretenimento ao trabalhador que já está cansado de problemas”. Com isso, enquanto a Rede Globo encerrava sua temporada de “documentário” com mais uma aula sobre a vida dos orangotangos, o SBT, cujo jornalismo tem discutível credibilidade, iniciava a sua debatendo o efeito negativo das drogas em nossa sociedade.
A segunda surpresa veio através de um contato que jamais imaginava ter: a Igreja Universal. Através de um amigo que frequenta o banco de Edir Macedo recebi um dos 2.670.250 exemplares em circulação desde 1992.
Para minha surpresa, o jornal é de altíssima qualidade, tendo pautas de interesse geral e com temáticas sociais.
Para começar, o chefe de redação é um jornalista (por mais que pareça óbvio, não é o que se encontra em inúmeros órgãos). Trata-se do experiente e competente Celso Fonseca, com passagens pela Rádio CBN, Folha de S. Paulo e Revista VEJA. Em seguida, o quinzenal traz reportagens sobre atualidades, qualidade musical, férias e crianças, meio ambiente [aquecimento global e seu efeito sobre as enchentes do mês], tecnologia, câncer de pele, moda e cultura. Tudo, acreditem, sem nenhum teor religioso (até porque sua produção é feita por jornalistas).
As questões da Igreja Universal do Reino de Deus estão em um suplemento chamado “Folha IURD” que você pode escolher entre lê-lo ou descartá-lo. Como o ignorei completamente, fiquei encantado com o jornal.
Mesmo uma instituição que não merece nenhuma credibilidade consegue fazer um jornalismo de qualidade. A receita? Deixar o trabalho na mão de quem sabe.
Heitor Mário Freddo
Tive ontem duas gratas surpresas com relação ao jornalismo partindo de veículos dos quais jamais esperaria: o jornalismo do SBT e o jornal Folha Universal.
Em sua tentativa de documentário, o SBT Repórter apresentou em sua primeira edição do ano uma interessante matéria sobre drogas pesadas, mostrando a dificuldade na vida dos viciados em tratamento de recuperação. O enfoque foi dado ao crack. Em seguida, o jornalístico explicou de forma clara o que é o ecstasy, a droga moderna, com seu funcionamento e seu tráfico.
Outra discussão levantada é que o uso e a entrada desta droga no país se dá por conta das classes média e alta, “cutucando a ferida” de que tráfico não é um problema concentrado nas favelas e periferias.
Sendo uma cópia do modelo do Globo Repórter, o SBT Repórter foge o exemplo global de que esse tipo de programa deve ser apenas um “entretenimento ao trabalhador que já está cansado de problemas”. Com isso, enquanto a Rede Globo encerrava sua temporada de “documentário” com mais uma aula sobre a vida dos orangotangos, o SBT, cujo jornalismo tem discutível credibilidade, iniciava a sua debatendo o efeito negativo das drogas em nossa sociedade.
A segunda surpresa veio através de um contato que jamais imaginava ter: a Igreja Universal. Através de um amigo que frequenta o banco de Edir Macedo recebi um dos 2.670.250 exemplares em circulação desde 1992.
Para minha surpresa, o jornal é de altíssima qualidade, tendo pautas de interesse geral e com temáticas sociais.
Para começar, o chefe de redação é um jornalista (por mais que pareça óbvio, não é o que se encontra em inúmeros órgãos). Trata-se do experiente e competente Celso Fonseca, com passagens pela Rádio CBN, Folha de S. Paulo e Revista VEJA. Em seguida, o quinzenal traz reportagens sobre atualidades, qualidade musical, férias e crianças, meio ambiente [aquecimento global e seu efeito sobre as enchentes do mês], tecnologia, câncer de pele, moda e cultura. Tudo, acreditem, sem nenhum teor religioso (até porque sua produção é feita por jornalistas).
As questões da Igreja Universal do Reino de Deus estão em um suplemento chamado “Folha IURD” que você pode escolher entre lê-lo ou descartá-lo. Como o ignorei completamente, fiquei encantado com o jornal.
Mesmo uma instituição que não merece nenhuma credibilidade consegue fazer um jornalismo de qualidade. A receita? Deixar o trabalho na mão de quem sabe.
Heitor Mário Freddo
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