
Em sua primeira semana de governo, Obama fez aquilo que o mundo todo esperava daquele que foi eleito “nossa última esperança”: nenhuma besteira e, se possível, algo que mudasse os rumos que a doutrina Bush tomava. A forma de mostrar que a política americana será outra daqui para frente foi fechar Guantánamo, o mais perverso presídio oficial do mundo.
Obama poderia ter escolhido algum pacote econômico, alguma redução de juros ou um aumento fictício dos salários dos trabalhadores, mas não. Em sua primeira semana, ao invés de agradar seu público, resolveu mostrar aos demais países que algo mudou e deixar claro que seus povos ainda podem confiar no novo líder do planeta.
Apesar disso, internamente a medida surtiu seu efeito. Segundo pesquisa de opinião divulgada pelo instituto Gallup, 68% dos americanos aprovaram as primeiras atitudes do governo de Barack. O número só não é maior do que a aprovação inicial de John F. Kennedy, mas a popularidade do primeiro presidente negro tem tudo para em breve superá-la.
Outra atitude que agradou – esse sim mais diretamente – o eleitorado local foi o congelamento dos salários de quem trabalha para o governo sob a alegação lógica de que “se as famílias americanas vivem diretamente a crise, tendo de apertar seus orçamentos, não seria justo que os responsáveis por solucioná-la não fizessem o mesmo”. Não é nada fácil encontrar um estadista com coragem para tal.
Mas é Guantánamo mesmo que mais mexeu nas estruturas. A prisão, localizada na Baía dos Porcos, único local habitado pelos Estados Unidos na ilha de Cuba, era um verdadeiro depósito de suspeitos de terrorismo, em sua maioria árabes com potencial para serem homens bombas, mas que eram interrogados com os mais brutais e desumanos métodos de tortura, sobretudo a dores físicas e humilhações psicológicas.
Desde sua inauguração e m2002 – motivada pelos ataques às Torres Gêmeas e idéia da cabeça doentia de George W. Bush – 775 homens já foram presos em Guantánamo sem acusações formais. Um crime aos direitos humanos sem qualquer razão que o absolva.
Mais do que fechar um prédio e resolver para onde irão esses presos – possivelmente algum país europeu sem nenhum tipo de vida, como a Suíça –, encerrar as atividades em Guantánamo é acreditar que Barack Obama pode mesmo dar um rumo consciente à Guerra do Iraque a à luta contra o terrorismo.
E que a Bacía dos Porcos seja enterrada junto com o espírito de porco da doutrina Bush.
Foto - Interrogatório na base militar de Guantánamo: torturas físicas e psicológicas.
Heitor Mário Freddo
Obama poderia ter escolhido algum pacote econômico, alguma redução de juros ou um aumento fictício dos salários dos trabalhadores, mas não. Em sua primeira semana, ao invés de agradar seu público, resolveu mostrar aos demais países que algo mudou e deixar claro que seus povos ainda podem confiar no novo líder do planeta.
Apesar disso, internamente a medida surtiu seu efeito. Segundo pesquisa de opinião divulgada pelo instituto Gallup, 68% dos americanos aprovaram as primeiras atitudes do governo de Barack. O número só não é maior do que a aprovação inicial de John F. Kennedy, mas a popularidade do primeiro presidente negro tem tudo para em breve superá-la.
Outra atitude que agradou – esse sim mais diretamente – o eleitorado local foi o congelamento dos salários de quem trabalha para o governo sob a alegação lógica de que “se as famílias americanas vivem diretamente a crise, tendo de apertar seus orçamentos, não seria justo que os responsáveis por solucioná-la não fizessem o mesmo”. Não é nada fácil encontrar um estadista com coragem para tal.
Mas é Guantánamo mesmo que mais mexeu nas estruturas. A prisão, localizada na Baía dos Porcos, único local habitado pelos Estados Unidos na ilha de Cuba, era um verdadeiro depósito de suspeitos de terrorismo, em sua maioria árabes com potencial para serem homens bombas, mas que eram interrogados com os mais brutais e desumanos métodos de tortura, sobretudo a dores físicas e humilhações psicológicas.
Desde sua inauguração e m2002 – motivada pelos ataques às Torres Gêmeas e idéia da cabeça doentia de George W. Bush – 775 homens já foram presos em Guantánamo sem acusações formais. Um crime aos direitos humanos sem qualquer razão que o absolva.
Mais do que fechar um prédio e resolver para onde irão esses presos – possivelmente algum país europeu sem nenhum tipo de vida, como a Suíça –, encerrar as atividades em Guantánamo é acreditar que Barack Obama pode mesmo dar um rumo consciente à Guerra do Iraque a à luta contra o terrorismo.
E que a Bacía dos Porcos seja enterrada junto com o espírito de porco da doutrina Bush.
Foto - Interrogatório na base militar de Guantánamo: torturas físicas e psicológicas.
Heitor Mário Freddo
Um comentário:
Guantánamo é um dos cânceres do mundo moderno. Somente a cabeça de Bush e a impotência das Nações Unidas pra manter essa doença por tanto tempo.
Well done, Obama!
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