quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Na parede da memória


O mundo assiste com uma mistura de indignação e piedade aos conflitos envolvendo Israel e o grupo islâmico Hamas, que comanda o território da Faixa de Gaza. Indignado por não se ter a menor expectativa de solução dos problemas envolvendo a região, quanto mais através de um utópico acordo de paz bilateral, e com uma grande intensidade de “dó” por ver homens, mulheres, jovens e idosos perderem suas vidas à custa de ideologias políticas e religiosas.
Mas para os envolvidos no conflito, entregar-se a ele é questão de honra, digno de um verdadeiro herói. Quem defende as causas de seu povo, sejam elas territoriais ou “anti-infiéis” deve ser idolatrado, mesmo que o custo dessa fidelidade seja a morte de inimigos e a eternidade do confronto armado.
O exemplo máximo – e quase folclórico – dessa idolatria vem do lado árabe: pôsteres com imagens de integrantes do Hamas mortos na última ofensiva israelense na Faixa de Gaza viraram o principal produto de uma gráfica na região. Esses homens, considerados pelo mundo ocidental como “terroristas” e “homens bombas” são vistos por boa parte de seu povo como “mártires” e “defensores das doutrinas de Alá”.
Assim como nós “infiéis” penduramos em nossos quartos pôsteres de ídolos como Che Guevara, bandas de rock, atores ou equipes de futebol, os habitantes da Faixa de Gaza reverenciam e espelham-se naqueles que deram suas vidas pela Guerra. É triste, é revoltante vermos terroristas tratados como heróis, mas como podemos condená-los?
O povo palestino há décadas reivindica um direito justo: ter um estado legítimo em uma região que já habitam muito antes da criação do estado de Israel. Os caminhos que essa disputa tomou chegaram a esse ponto da história, em que um grumo extremista é carregado pelo povo por se tratar de sua última esperança.
Se chegamos a um ponto em que os membros desse grupo estampam pôsteres, vendidos como água, é porque os próximos capítulos prometem ser ainda mais perigosos. O povo palestino chega com isso ao auge de seu fanatismo. E as esperanças de trégua ficam ainda mais distantes.

PS: Em declarações transmitidas pela rede árabe de tv Al Jazira, o líder exilado do Hamas, Khaled Mashaal, disse que seu grupo não aceitará as condições propostas por Israel para uma trégua de longo prazo.
O ponto que Mashaal considerou “inaceitável” trata da libertação de um militar israelense capturado por militantes palestinos em junho de 2006 como condição para Israel abrir as passagens de fronteira com a faixa de Gaza.
O militar em questão é o sargento Gilad Shalit, a quem o comandante mulçumano, que vive em Doha, no Qatar, garante que só será solto caso Israel liberte “os milhares de palestinos presos no país judeu”. Resumindo: os confrontos estão de volta, agora com força total.


Foto - pôster com integrantes do grupo extremista Hamas mortos na última ofensiva israelense. O produto é vendido a US$1,20 e virou "mania" na palestina. Fonte da foto: G1

Heitor Mário Freddo

2 comentários:

Francisco Valle disse...

o fanatismo chega ao auge pq é implantado como alienação na cabeça das pessoas, se no islã morrer na guerra é ter a redenção, para os católicos depois da morte havera o julgamento, para os espiritas a reencarnação e a renascer continuara engordando seus cofres a custas da crenã alheia ... cada qual alienado a suas crenças e imposições culturais ... são basicamente iguais, com uma diferença lamentavel ... no fanatismo arabe o objetivo é matar os outros, que só não pensam como ele pq nasceram em outros locais.

Ps- não sou contra religiôes, alias gosto mtu de estudar o espiritismo, mesmo que a maioria das crenças em qualquer religião sejam meras hipóteses.

Francisco Valle disse...

aaa esuqeci de flar

mtu bom o texto heitor