domingo, 11 de janeiro de 2009

Terceira fase ou terceira Guerra?


Não, eu não acho que o conflito em Gaza possa ser considerado uma Guerra Mundial, afinal, para tanto seria necessário envolvimento mundial (o que, tirando os pedidos de cessar-fogo, ainda não ocorreu realmente).
Mas neste Sábado aviões israelenses lançaram panfletos sobre Gaza informando o início da terceira-fase da operação.
Nestes panfletos, algumas frases:
“As FDI (Forças de Defesa de Israel) irão aumentar a operação na faixa de Gaza", para tanto já estão usando uma demanda extra de milhares de reservistas. O objetivo declarado é acabar com a capacidade do Hamas de lançar foguetes contra Israel.
"As FDI não estão trabalhando contra a população de Gaza, mas apenas contra o Hamas e terroristas. Fiquem seguros seguindo nossas ordens."
O pedido é um pouco “exagerado”. Uma vez que o Hamas (mesmo que radical) pode ser considerado uma defesa para população palestina e com certeza muitas das famílias de Gaza possui filhos, maridos, irmãos ou meros parentes envolvidos com o grupo. Então, com o deixá-los? Como não interferir?
Não estou defendendo o Hamas, tampouco Israel. Para mim ambos estão errados. Mas será que ambos estão certos, também?
Essa guerra de atual, nada tem. É antiga, e provavelmente muitos dos que ainda insistem nela o fazem mais por tradição e respeito aos que a iniciaram do que por vontade, ou talvez até necessidade (mesmo que a disputa territorial ainda esteja presente).
Há algum tempo assisti a um filme-documentário sobre crianças israelenses e palestinas. O nome não me recordo, mas posso dizer que ele me marcou, eu diria que filmografia obrigatória para um jornalista (ou apenas alguém sensível).
Bom, o vídeo mostra as diferenças entre as culturas, a força do “ódio coletivo” que as separa e ao mesmo tempo o fato de que são apenas crianças, que poderiam brincar e se divertir juntas (e o diretor realmente faz isso).
Acho que a intenção do diretor foi mostrar que talvez se estas crianças entenderem que tanto ódio e luta só gera morte e sofrimento, elas pudessem transmitir estes sentimentos para as outras e quem sabe um dia tudo isso acabar.
Sim, pouco realista e muito impraticável. Mas no fundo é mais ou menos isso que precisamos, conscientização e consenso de ambas as partes.


Carina Reis

Fonte das frases: Folha on-line.

3 comentários:

Heitor Mário disse...

Só não podemos nos esquecer: a mesma ONU que hoje talvez seja a única esperança de cessar fog oé o mesmo órgão que criou esse imbrólio.

Após a Segunda Guerra Mundial, como consolo aos judeus, a ONU criou o estado de Israel. Nada mais justo!

Mas tinham que instituir esse estado justo na Palestina, onde habitam-se os seus inimigos eternos?

Heitor Mário Freddo

Eric Rocha disse...

Concordo com o Heitor. Toda essa guerra é fruto de uma displicência. Aliás Israel só está atacando nesses últimos dias do governo Bush porque justamente não sabe qual seria a situação encontrada quando o Obama assumir...

Anônimo disse...

A questão se resume a uma única palavra: INTOLERÂNCIA.
Ninguém abre mão daquela terra, nem por dinheiro, nem por benesses.
Enquanto a questão for fronteira e religião, ninguém aceitará, lamentavelmente, falar de paz.