A Folha de São Paulo provocou desgosto em muitos de seus leitores com o Editorial de terça-feira dia 17/02. Ao comentar a vitória de Hugo Chavez no referendo de domingo, na Venezuela, entre outras críticas que o jornal fez, disse que o país vive uma ditadura, diferente da que teve no Brasil, pois esta foi apenas Ditabranda.
Será que o jornal esqueceu o que realmente houve em nosso país entre 1964-1985? É realmente necessário mais amostras das atrocidades que ocorreram durante o regime militar? Entre tantos exilios, direitos políticos cassados, e mortes, o maior jornal do país não parece levar em conta esses dados para poder condenar Hugo Chavez.
A imprensa com todo o poder de persuadir não pode simplesmente dizer o que pensa, ainda por cima algo tão absurdo. Vladimir Herzog, grande jornalista, foi assassinado durante a ditadura militar no Brasil, enquanto alguns jornais claramente apoiavam as decisões políticas e cediam seus locais de trabalho para reuniões militares, a Folha resolve retomar uma discussão que todos acreditavam ter sido resolvida. E justifica-se dizendo que "comparado com outros regimes apresentados na região, no mesmo período, o Brasil apresentou níveis baixos de violência política e institucional."
Resta esperar a tréplica do jornal, com um pedido de desculpas, para tentar minimizar as críticas que receberam por parte de jornalistas, alguns que até foram presos durante o período. É de envergonhar uma nação inteira.
Bruno Furlanetti
Será que o jornal esqueceu o que realmente houve em nosso país entre 1964-1985? É realmente necessário mais amostras das atrocidades que ocorreram durante o regime militar? Entre tantos exilios, direitos políticos cassados, e mortes, o maior jornal do país não parece levar em conta esses dados para poder condenar Hugo Chavez.
A imprensa com todo o poder de persuadir não pode simplesmente dizer o que pensa, ainda por cima algo tão absurdo. Vladimir Herzog, grande jornalista, foi assassinado durante a ditadura militar no Brasil, enquanto alguns jornais claramente apoiavam as decisões políticas e cediam seus locais de trabalho para reuniões militares, a Folha resolve retomar uma discussão que todos acreditavam ter sido resolvida. E justifica-se dizendo que "comparado com outros regimes apresentados na região, no mesmo período, o Brasil apresentou níveis baixos de violência política e institucional."
Resta esperar a tréplica do jornal, com um pedido de desculpas, para tentar minimizar as críticas que receberam por parte de jornalistas, alguns que até foram presos durante o período. É de envergonhar uma nação inteira.
Bruno Furlanetti
4 comentários:
Concordo co mas críticas às atitudes de Chavez, que de fato não são um exemplo de democracia, mas os "argumentos" que a Folha escolheu para criticar o presidente venexuelano são, no mínimo, ridículos.
a Folha sempre foi assim, a única diferença é que nesse texto não tentou disfarçar como vinha fazendo, reflete o pensamento de troca de favores entre a grande imprensa e os governos, sejam eles na época da ditadura ou hoje em dia. Muito bom o texto, o tema não podia passar em branco no blog.
Bruno, gostei muito da postagem.
Principalmente quando você escreveu: "A imprensa com todo o poder de persuadir não pode simplesmente dizer o que pensa".
Foi o que, comentando uma postagem do Heitor certa vez, também procurei dizer: não se pode confundir a liberdade de imprensa com a arbitrariedade na imprensa.
abraço
Respeitosamente, sou contra qualquer atitude pró-chavista, e a Folha novamente erra na abordagem. Realmente, como no post anterior, não se deve confundir "liberdade" com "arbitrariedade". pior: parce "libertinagem".
Para corroborar contra as críticas ao ditador venezuelano, envio um link sobre a matéria reproduzida na Revista Época dessa semana, abordada por um jornal diário português, sobre um "prefeito sem prefeitura", fruto da ação chavista.
Está em: http://rafaelporcari.blog.terra.com.br/um_prefeito_sem_teto
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