Dentro de campo, São Paulo e Corinthians não fizeram o mais empolgante dos clássicos. Apesar de ter sido um jogo interessante, o empate em 1 a 1, além de faltoso, não arrancou suspiros de nenhum expectador. Em compensação nos bastidores, o clássico trouxe a público a forma como a diretoria corintiana tem levado sua política de boas vizinhanças com as organizadas ,esquecendo-se do torcedor “comum”.
O início da confusão foi a carga de ingressos destinada aos alvinegros, que seriam os “visitantes” no Morumbi. Apenas 10% das 64 mil entradas foram vendidas aos corintianos. A maior parte desses, porém, nem sequer chegou a ser comercializada nas bilheterias, sendo destinadas diretamente às torcidas organizadas. Além desse favorecimento, a diretoria poderia ter pago os valores – 40 reais cada um – para que a Gaviões da Fiel comparecesse ao estádio. Nem mesmo seus sócios ou sócio-torcedores tiveram tamanho privilégio. Para esses, o custo foi de R$ 90.
Já durante a partida, apesar da inferioridade numérica, parte dos corintianos protagonizou cenas de pura selvageria no Morumbi. Vândalos arrancaram as grades do setor Visa – a área VIP – e arremessaram cadeiras em direção à área social. É a prova de que há muito bandido disfarçado de torcedor que comparece aos jogos somente para brigar. Com essa redução da torcida presente ficou um pouco mais fácil detectá-los.
Depois da partida, como os próprios alvinegros relataram, houve um “corre-corre” por conta da chuva que, segundo relato dos torcedores, teria sido interpretado pela Polícia Militar como tumulto, respondendo com bombas de efeito moral. Os corintianos, então, teriam voltado ao estádio para se protegerem. Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 30 pessoas foram pisoteadas confusão.
Hoje a diretoria do Corinthians saiu em defesa de seu torcedor. Em nota oficial, culpou o São Paulo pelos incidentes. Segundo eles, medidas do rival e obras no estádio agravaram o problema na saída do clássico. Diz a nota: “Apesar do comportamento exemplar da nossa torcida e do empenho da Polícia Militar, bombas caseiras lançadas do estacionamento privativo dos sócios do São Paulo detonaram um processo de pânico, agravado pelo clima de animosidade, criado pela decisão equivocada do adversário de limitar nosso acesso ao Morumbi”. Será que estamos falando da mesma coisa?
Durante sua massacrante re-eleição, o presidente Andrés Sanches e seu grupo deixaram bem claro que, para eles, existem duas categorias de torcedor. Os bons seriam os membros das organizadas, enquanto os demais seriam o resto. A própria explicação para a divisão nos ingressos do clássico deixou isso evidente: a intenção era “privilegiar o torcedor fiel”. Ou seja, corintiano para ser apaixonado por seu clube não basta ir ao estádio, sofrer, tomar chuva, gritar e incentivar o time. É preciso ter a carteirinha da Gaviões e, claro, levar borrachada da PM.
O colunista do jornal Lance! Marcelo Damato, no último domingo, chamou a “Política Sanches” de “apartheid”, criando uma divisão dentro da própria torcida. Se o clima chegará a tamanha extremidade, não sei, mas uma coisa é certa: a voz das torcidas organizadas será muito, mas muito influente nos próximos 3 anos no Corinthians. Não seria melhor então já eleger o Dentinho, presidente da Gaviões?
PS: Em seu site oficial, a Gaviões da Fiel fez, durante o fim de semana, a convocação para os torcedores que iriam ao estádio do Morumbi, deixando bem claro: “É Obrigatório todos os associados e torcedores que saírem da Sede comparecer com a Camisa Oficial dos Gaviões ou Camiseta Preta. Caso contrário, não embarcam”. Só uma dúvida: eles proíbem ir ao jogo com a camisa oficial do Corinthians?
Foto – 03/12/07 – O recém eleito presidente Andrés Sanches ouve duras críticas de membros de organizadas após o rebaixamento do Corinthians. Hoje a relação entre eles é muito mais amistosa.
Heitor Mário Freddo
O início da confusão foi a carga de ingressos destinada aos alvinegros, que seriam os “visitantes” no Morumbi. Apenas 10% das 64 mil entradas foram vendidas aos corintianos. A maior parte desses, porém, nem sequer chegou a ser comercializada nas bilheterias, sendo destinadas diretamente às torcidas organizadas. Além desse favorecimento, a diretoria poderia ter pago os valores – 40 reais cada um – para que a Gaviões da Fiel comparecesse ao estádio. Nem mesmo seus sócios ou sócio-torcedores tiveram tamanho privilégio. Para esses, o custo foi de R$ 90.
Já durante a partida, apesar da inferioridade numérica, parte dos corintianos protagonizou cenas de pura selvageria no Morumbi. Vândalos arrancaram as grades do setor Visa – a área VIP – e arremessaram cadeiras em direção à área social. É a prova de que há muito bandido disfarçado de torcedor que comparece aos jogos somente para brigar. Com essa redução da torcida presente ficou um pouco mais fácil detectá-los.
Depois da partida, como os próprios alvinegros relataram, houve um “corre-corre” por conta da chuva que, segundo relato dos torcedores, teria sido interpretado pela Polícia Militar como tumulto, respondendo com bombas de efeito moral. Os corintianos, então, teriam voltado ao estádio para se protegerem. Segundo o Corpo de Bombeiros, pelo menos 30 pessoas foram pisoteadas confusão.
Hoje a diretoria do Corinthians saiu em defesa de seu torcedor. Em nota oficial, culpou o São Paulo pelos incidentes. Segundo eles, medidas do rival e obras no estádio agravaram o problema na saída do clássico. Diz a nota: “Apesar do comportamento exemplar da nossa torcida e do empenho da Polícia Militar, bombas caseiras lançadas do estacionamento privativo dos sócios do São Paulo detonaram um processo de pânico, agravado pelo clima de animosidade, criado pela decisão equivocada do adversário de limitar nosso acesso ao Morumbi”. Será que estamos falando da mesma coisa?
Durante sua massacrante re-eleição, o presidente Andrés Sanches e seu grupo deixaram bem claro que, para eles, existem duas categorias de torcedor. Os bons seriam os membros das organizadas, enquanto os demais seriam o resto. A própria explicação para a divisão nos ingressos do clássico deixou isso evidente: a intenção era “privilegiar o torcedor fiel”. Ou seja, corintiano para ser apaixonado por seu clube não basta ir ao estádio, sofrer, tomar chuva, gritar e incentivar o time. É preciso ter a carteirinha da Gaviões e, claro, levar borrachada da PM.
O colunista do jornal Lance! Marcelo Damato, no último domingo, chamou a “Política Sanches” de “apartheid”, criando uma divisão dentro da própria torcida. Se o clima chegará a tamanha extremidade, não sei, mas uma coisa é certa: a voz das torcidas organizadas será muito, mas muito influente nos próximos 3 anos no Corinthians. Não seria melhor então já eleger o Dentinho, presidente da Gaviões?
PS: Em seu site oficial, a Gaviões da Fiel fez, durante o fim de semana, a convocação para os torcedores que iriam ao estádio do Morumbi, deixando bem claro: “É Obrigatório todos os associados e torcedores que saírem da Sede comparecer com a Camisa Oficial dos Gaviões ou Camiseta Preta. Caso contrário, não embarcam”. Só uma dúvida: eles proíbem ir ao jogo com a camisa oficial do Corinthians?
Foto – 03/12/07 – O recém eleito presidente Andrés Sanches ouve duras críticas de membros de organizadas após o rebaixamento do Corinthians. Hoje a relação entre eles é muito mais amistosa.
Heitor Mário Freddo
Um comentário:
Então Heitor, quem esteve em campo ontem foi a Gaviões da Fiel e não o Corinthians.
Esse Andrés Sanchez somente quer se aparecer e infelzmente está se associando a uma torcida organizada para ter mais apoio. Álias não gosto as torcidas organizadas (todas, sem exceção) porque como diz Flávio Prado elas são um cancer no futebol.
Infelzmente o que aconteceu no Morumbi ontem foi toda ela culpa da diretoria do Corinthians (e olha que sou corintinao). E agora querem interditar o Morumbi? Deveriam era tentar proibir essas pessoas que não chamo de torcedores e sim de bandidos de entrar no estádio.
E somente mais uma coisa: até quando a mídia vai entrevistar gente de torcida organizada, até quando? Pois o que esse pessoal de torcida organizada mais quer é aparecer, seja no gol do seu time, seja na hora da confusão.
Parabéns pelo texto. Abraços.
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