Mas o melhor método para medir o quanto seu nome é mais que uma mera especulação se dá pelo ciúmes que causa internamente.
Em um evento realizado no último sábado com petistas da Câmara Municipal de São Paulo a ex prefeita Marta Suplicy, que também pleiteia a vaga, afirmou que seu companheiro precisa “superar seus problemas com a justiça antes de firmar seu nome como candidato”. Ela se referia ao processo que o levou ao afastamento do ministério, dando conta de que, à época em que era Prefeito de Ribeirão Preto, Palocci comandaria um esquema de arrecadação ilícita por meio de empresas que venciam licitações.
O principal nome dessa lista era a recolhedora de lixo Leão Leão, cuja propina seria repassada ao Partido dos Trabalhadores na formação de um caixa-dois utilizado em campanhas e, mais à frente, no pagamento de propinas a deputados em troca de votos favoráveis aos projetos do Governo Lula – o popular “mensalão”. Seu processo ainda está em julgamento. O apoio do presidente, e uma possível transferência de popularidade, porém, seriam suficientes para fazer o povo esquecer completamente o ocorrido.
Concorrendo na raia ao lado está Marta Suplicy, considerada pelos paulistanos como uma das piores prefeitas dos últimos anos. Em seu governo (2001-2004), a ex esposa do senador Eduardo Suplicy recebeu o apelido de “Martaxa” por conta das criações de tributos que marcaram sua gestão, como a taxa do lixo e a taxa da luz. A resposta da população veio nas urnas: Marta foi derrotada na campanha pela re-eleição, ficando atrás de José Serra, e mais recentemente na sua tentativa de retorno, quando no ano passado perdeu para o candidato do Democratas Gilberto Kassab. Perder para o antigo PFL em São Paulo é a prova clara de sua fraqueza política, tamanha a rejeição do hoje DEM.
Nesse cenário, acreditem, o PT ainda é mais forte do que o PSDB, que terá que “tirar leite de pedra” para fazer o sucessor do Governador Serra. Hoje, nenhum nome se apresenta como candidato natural ao cargo, sobrando espaço para muitas ventilações, mas nenhuma que arranque suspiros de seus líderes. Entre eles estão José Aníbal, atual líder dos tucanos na Câmara Federal, Geraldo Alckmin, queimado pelas derrotas/ atitudes um tanto rebeldes e até ele, o ex presidente Fernando Henrique Cardoso, o que seria a mostra clara de um desespero generalizado.
Outras possibilidades – mais remotas, haja vista a força do partido no estado – seria não lançar um candidato próprio e apoiar outras legendas em uma forte coligação. A primeira seria pelo nome do prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, que assumiu este ano o cargo garantindo que cumpriria os quatro anos para os quais foi eleito. Seu antecessor e padrinho disse o mesmo. A segunda seria retribuir a ajuda do PMDB ao Governador Serra e apoiar um nome de seu time, mais precisamente ao clã de Orestes Quércia. Ou seja o PSDB, que foi fundado por peemedebistas com aversão ao ex governador, representados por Mário Covas, defenderiam até a morte o nome que ele apoiasse. Isso porque Quércia já garantiu ser candidato ao senado federal – em 2010 serão duas vagas, aumentando suas chances.
A corrida pelo Palácio dos Bandeirantes em 2010 promete fortes emoções. Esperanças de um bom candidato, porém, estão cada vez menores. Pelo jeito, teremos que votar no “menos pior”.
Foto – Possíveis candidatos ao Governo de São Paulo. Em sentido horário: o ex Ministro e atual Deputado Federal Antônio Palocci, a ex prefeita Marta Suplicy, o ex governador Geraldo Alckmin e o líder do PSDB na Câmara Federal José Aníbal. Nomes populares, mas nada mais que isso.
Heitor Mário Freddo
Um comentário:
Palocci candidato me parece difícil; apesar de quê, na política, pode-se esperar de tudo. O que dizer do Collor assumindo comissão no senado com a benção do PMDB a pedido do Lula?
Infelizmente, a memória do eleitor é péssima. E com a nossa justiça a desejar, tudo é possível.
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