quinta-feira, 23 de abril de 2009

Sem luxo na crise

A crise econômica continua viva, não apenas nos bancos e seguradoras americanas, ou nas multinacionais com sede também no Brasil, mas no cotidiano das famílias.
E as donas de casa são as responsáveis por “apertar os cintos” e tentar continuar com uma estabilidade econômica. A principal mudança está no comportamento nos supermercados.
A Apas – Associação Paulista de Supermercados – realizou estudos que mostraram mudanças primordiais nos carrinhos nessa época. A maior delas é a substituição da carne pelo frango, um alimento mais rentável pelo preço e pelo quanto rende na panela.
Mesmo para quem não abre mão da carne vermelha, o pedaço escolhido pelo boi deixou de ser os mais nobres para os mais baratos. Contra filé e picanha são substituídos por patinho e coxão mole.
O churrasco pode não ter aquele sabor, mas pelo menos não fica comprometido.
Outra mudança é em relação às marcas. A grande maioria das donas de casa deixaram de escolher o produto pela sua marca favorita – entenda-se a marca da propaganda – para optarem pela mais barata, mesmo que não tenha uma qualidade acima da média.
Isso manteve o aquecimento das vendas nos supermercados. O mesmo estudo mostra que o setor deve ter um crescimento de 7% em relação ao ano passado, o que significa 2,5% acima da inflação, algo espetacular no momento de dificuldade.
Está demonstrado que o consumidor brasileiro amadureceu, que não está mais tão suscetível às marcas e tem ciência de que seu carrinho pode muito bem evitar gastos supérfluos.
É curioso ver que enquanto economistas quebram a cabeça, donas de casa conseguem se virar bem com as dificuldades; as contas dos estudiosos são um instinto nas donas de casa.

Heitor Mário Freddo

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