Toques. Sons. Dissonantes, destoantes, melodiosos, ruidosos, melancólicos, alegres, irreverentes, sorridentes, deprimentes. Todos. Tudo. Adjetivo. Signus. Derivados leves e estranhos. Pode você voar? Porque não? Alguma vez ao menos já experimentou? Eu sei, você pode dizer que é diferente e tudo mais, mas e daí? Porque esta interrogação necessariamente tem que ser uma pergunta? Não poderia ela ser ao menos uma pontada que nos levará a algo melhor do que apenas reportar?Alguma coisa esta estranha em Passargada. Não que eu não seja mais amigo do rei, só que ele já não esta mais lá. Cinza e profundo. Esse lugar nunca foi o mesmo. Nem poderia ser. Temos safras diferentes a cada período de raciocínios distintos. Inúmeras salas com inúmeras pessoas podem realmente formar inúmeras idéias erradas. Isso é: do meu ponto de vista.
Mas o que me acalma é que esta estranha fumaça não é o fim, pode ser uma xícara de café. Seriamos nós jornalistas, escritores, observadores ou sofistas ludibriados pelo ego? Quanto custa um espaço no paraíso? O inferno congelou? Se congelasse seria bom, assim poderíamos esquiar bebericando um pró seco a luz de velas e metáforas. Mas ele nunca esfria, pois esta em nossos corações, é nosso dever mantê-lo aquecido, para que aqueles que entenderem nossas acusações libertem a alma, e, assim, ter garantida a passagem para o paraíso, nem que isso seja ao menos uma breve mentira. Um minuto de ar fresco para dias de sufocantes palavras. Sinto as páginas e seus odores rasgando minha garganta. Cada caractere um enfarto. Cada ponto e virgula uma nova dissimulação metamorfoseada em opinião. Continuem. Seguidores e guias. Queimem as portas de vime, queimem a noite com risadas escandalosas, queimem as asas dos anjos, acendam os charutos bestiais da benevolência, que eu, eu empresto a chama. Pois dessas tortuosas ruas eu já conheço o caminho, e espero um dia ver que as luzes dos postes foram acesas por mim. Assim serei, eu, um repórter.
Ao casamento químico, entre tinta e displicência. Aos demônios sorridentes e educados. Aos entusiastas da desmistificação. Aos hereges passionais, lúgubres e encantadores, solidários e solitários. Aos sofistas da irreverência. Aos repórteres.
Bruno Luporini Chiarotti
Um comentário:
Sensacional Chip. Maravilhoso o texto! Parabéns
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