O mesmo estado que enaltece os Bandeirantes como seus heróis, homenageia hoje Zumbi dos Palmares e garante defender a consciência negra.
São Paulo se auto intitulou “a terra bandeirante”. Por aqui temos o Palácio dos Bandeirantes, rodovia e avenida dos Bandeirantes, Grupo Bandeirantes de comunicação, rodovia Raposo Tavares... e em nossa capital surgiu o projeto de lei que tornou o dia de hoje, 20 de novembro, feriado da consciência negra, em homenagem ao aniversário de morte de Zumbi dos Palmares.
Pois bem, vamos rever um pouco os fatos. Zumbi era um escravo refugiado que fundou o Quilombo dos Palmares, um lugar onde – dizem – os negros tinham liberdade individual e condições dignas de trabalho. Até que em 20 de novembro de
Se isso fosse um caso individual, tudo bem, mas a única função dos bandeirantes era justamente essa: capturar fugitivos, escravizar índios entre outras práticas nada humanas.
Precisamos ter uma posição tomada: ou enaltecemos os bandeirantes, que bravamente entravam por matas fechadas para exterminar quilombolas e com isso promover o “progresso” de fazendeiros paulistas, ou homenageamos resistentes à escravidão desses latifundiários, injustamente mortos por carrascos.
A população não percebe que o carrasco é o mesmo herói que tanto amamos. O motivo disso é simples: contar a verdadeira história não interessa em nada; quem vai querer brigar com um personagem tão endeusado?
O importante é termos heróis; quem são já é segundo plano.
Heitor Mário Freddo
3 comentários:
Concordo plenamente, o Estado tenta impôr heróis à nossa patria, vibe Tiradentes, que lutou, sim, pelo país, mas que só se tornou tudo isto devido à necessidade dos governantes de "dar ao Brasil" um herói a quem exaltar.
Beijos,
Cá Reis
ps: por que o dia do jornalista não é feriado??
uahauha
dia do índio devia ser feriado
pelo menos eu faria festa no dia do meu aniversário e não no dia 21!
hahaha
ótimo blog!
Antes de mais nada um grande parabéns pela belíssima iniciativa em criar um espaço como esse...
Bem, com relação ao artigo, devo afirmar que também partilho dessa mesma idéia. Mas ao mesmo tempo me compadeço da grande massa que diferente de nós, não tem acesso a esse tipo de informação e comemora, sob a simples forma de "oba-oba", qualquer feriado ou possibilidade de descanso...
Pecebo também que a pertinência desse comentário vem de encontro com aquilo que eu sempre percebi em nosso país: não temos educação e muito menos memória...
Despertar o senso crítico e analítico da grande massa é uma tarefa difícil, mas que cabe a nós, nova geração dos mais diversos meios, começar esse processo... Seja Zumbi, ìndios, escravos, bandeirantes ou o que for...a questão é muito mais profunda do que imaginamos.
Leandro Amorim
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