Quanto mais quente melhor

A partir da nova concepção de arte, vendida pela Indústria Cultural para a grande massa de manobra que é a população, artista de sucesso não é mais aquele que realmente toca sentimentos, expõe críticas e insatisfações, mas quem faz sucesso, arrasta multidões, fãs clubes e fanáticos capazes de vender a alma por um “tchauzinho” de quem a mídia trata como célebres.
Junto a isso, temos o assassinato da arte, cujos quadros e esculturas tornaram-se decorações de paredes de pessoas que as ostentam como poder, riqueza, superioridade. O valor da obra deixa de ser o talento do artista para ser o quanto ela representa no mercado de valores.
Pois façamos um exercício simples de equação: Celebridades são obras de arte; Obras de arte são apenas enfeites; então, celebridades são meros enfeites, que colocamos em pedestais sem nem ao menos nos preocupar com o que aquilo pode nos oferecer de talento.
Logicamente que muitas vezes a celebridade é apenas diminuída ao seu caráter mais vendável possível, sendo seu talento muito menos importante que sua imagem. É o caso de Marilyn Monroe, estrela muito mais lembrada por seu vestido flutuante, seu cabelo loiro, sua pinta, suas crises amorosas e seu “afinadinho” Happy Birthday do que pelas suas interpretações.
Mas na maior parte das vezes, a celebridade é mesmo apenas um produto, facilmente descartável assim que o interesse do público muda.
Ver Marilyn em um quadro é muito melhor do que aquela gordinha da Monalisa; ela sim é uma mulher bonita. Então surge o artista que capta essa tendência do Pop Art, mas não se curva ao bonitinho, ao agradável.

O Pop art é um grito contra a futilidade, os artistas vazios e pré-fabricados em série; é o retrato do enfeite de forma crítica! A lata de sopa, a banana, Mickey Mouse são todos produtos, e é isso o que mostra Andy Warhol.
Vocês querem celebridades? Pois aí estão! Mas vejam-nas por outros olhares, um olhar do artistas de verdade.
Vocês querem apenas um enfeite? Nada melhor do que sua estrela preferida pendurada em sua parede! Mas não pense que ela é perfeita como vendem para você.
Mas infelizmente, para a maioria, o quadro é apenas um monte de Marilyn Monroe colorida.

Heitor Mário Freddo

Apresentação

Sou Heitor Mário Freddo, estudante de jornalismo da PUC Campinas e vou comentar sobre política, esportes e cultura. recebi o convite do nosso colega Márcio "Marron" dos Santos para montar um blog onde poderíamos ter um espaço que nem sempre temos na faculdade.
Espero que gostem, analisem, critiquem e divulguem os textos.