terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Até a vista, companheiro


Termina hoje o governo de George W. Bush, um dos grandes responsáveis pelo momento crítico em que o mundo vive. Guerra do Iraque, Guerra do Afeganistão, Al-Qaeda mais forte do que jamais imaginava, crise econômica, recessão econômica, queda nas bolsas, todos esses problemas que o mundo tenta resolver foram criados pelo demonizado presidente norte americano. O mundo sente-se como se estivesse livrando-se de um câncer.
Mas se pensarmos somente em nós um pouco, colocando apenas o Brasil dentro de nosso campo de visão, Bush foi sim um ótimo presidente.
O republicano estreitou demais as relações com o Itamaraty, principalmente a partir de 2003 quando tomou posse Luis Inácio Lula da Silva. Todos sabemos que Fernando Henrique Cardoso tinha uma boa relação com Bill Clinton e nos dois anos do governo seguinte pouco conseguiu negociar de acordos com os Estados Unidos.
Com Lula, o Brasil teve portas abertas na Casa Branca, a começar pela simpatia pessoal que Bush detém por nosso presidente. Lula serviu como o “representante oficial” disfarçadamente na América Latina, ou seja, em um período onde nossos vizinhos próximos são governados por socialistas/populistas considerados por Washington como radicais, Lula foi o “marxista” moderado. O resultado foi o investimento feito para que ele se torna-se o grande líder da América do Sul. Deu certo.
Isso trouxe muitas vantagens para o Brasil. Ao liderar o grupo, todas as negociações feitas com o grande mercado eram bastante vantajosas para nossa economia, principalmente no que diz respeito à venda de etanol e seu incentivo para estudos. Obama já disse que vai frear a onda do combustível verde brasileiro, a fim de incentivar a produção externa.
A partir de hoje, os Estados Unidos voltam ao período dos Democratas, e mesmo que Obama mantenha relações estreitas com o Brasil, um fator será uma barreira importante: a nova secretária de Estado é Hillary Clinton, aliada histórica de FHC e crítica à política do Governo Lula.
Vamos torcer para que o “presidente da última esperança” consiga conciliar: apagar o belzebu que foi Bush, mas manter a simpatia do companheiro Bush à nossa terrinha.

PS: em sua despedida da Casa Branca, George W. Bush fez ligação aos chefes de Estado mais próximos dele como pessoa. Um dos companheiros contatados foi nosso presidente, segundo informou o correspondente da Folha de S. Paulo em Washington, Sérgio Dávila. Bush lhe desejou sorte em seus fim de mandato e convidou Lula a fazer-lhe uma visita em sua terra natal, o Texas. Em resposta, o republicano foi convidado a vir um dia ao Brasil para pescar com Lula. Tem muita gente que vai torcer para o rio arrastá-los para a água.

Heitor Mário Freddo

2 comentários:

Eric Rocha disse...

agora que ele já terminou o péssimo mandato dele que vá pescar mesmo e não encha o saco hahahha!

abraço

Anônimo disse...

Melhor do que o próprio adeus de Bush foi a imagem de sua despedida, num helicóptero, com direito até a tchauzinho, e o contraste do casal Obama com o casal Bush, que é reflexo do governo passado e do novo governo de mudanças.

E Bush e Lula se amam.