O miniblog

Se, antigamente, escrever um texto era sinônimo de que ele só seria lido quando publicado em um jornal ou livro, hoje não é mais. A tecnologia tratou de acabar com esse sistema, no qual muitas vezes ótimos escritores acabavam ficando opacos mediante a máxima de que não bastava ser bom, tinha que vender. Hoje, se a pessoa sabe mexer minimamente na internet, já está capacitada para fazer parte da blogosfera. Não há pressão por público, um certo número de textos, e muito menos se tem qualidade ou não. Até porque, quem vai delimitar tudo isso é o próprio blogueiro. Neste caso, está em jogo o prazer pela escrita, ver repercutir (mesmo que entre amigos) a sua criação. O Imprensa Marrom & Cia tem muito disso. Não temos propósito de atingir enormes públicos, causar frisson na sociedade, e sermos taxados como os críticos do mundo. Queremos compartilhar as nossas impressões, sejam elas boas ou ruins, mas que fazem parte do nosso cotidiano. E é isso que faz a gente feliz: o fato de isso nos aproximar enquanto cidadãos e, principalmente, ativar o debate entre nós colegas. E é, nesse contexto, que surge mais uma ferramenta de comunicação na Web 2.0: o Twitter. Criado em 2006, o site funciona como um miniblog: as postagens não podem exceder 140 caracteres, como se fosse uma mensagem de SMS. Aliás, você pode postar através do celular. É uma ótima forma de registrar impressões, insights, pensamentos e tudo que você achar conveniente. Estimula bem a questão da síntese e também a discussão: no Twitter a réplica a tréplica existem. Isso porque, quando você atualiza, os seus amigos que te “seguem” automaticamente veem o que você postou, podendo replicar. É muito mais rápido que os blogs normais, acelerando a repercussão. Além disso, ele pode servir de ponte para um blog propriamente dito, servindo de divulgação. Uma ferramenta, digamos que primária, mas interessante. Tão interessante que já serve de modelo para outras plataformas que utilizam, ao invés de texto, vídeo. Quem sofria com o mal da não-publicação de ideias, no século passado, deve estar se remoendo...

Eric Rocha

Serviço: http://www.twitter.com/