Mudanças? Não para o Haiti

Com o fim do governo Bush e um possível estreitamento nas relações com os EUA, um grande ponto da política bélica brasileira deve voltar a ser alvo de discussões.O que será feito no Haiti? Qual será postura dos presidentes Obama e Lula em relação ao local com a mudança de poder nos EUA?
O país, abandonado por parte da mídia, está sendo controlado pelas tropas brasileiras desde 2004 a pedido do agora ex-presidente norte-americano, George W. Bush.
Atualmente, cerca de 1200 soldados brasileiros estão no Haiti liderando outros militares vindos de Chile, Argentina, Paraguai e Uruguai. A chamada “Missão de Paz” nada mais é do que uma postura imperialista do Brasil, país que sonha com um assento no Conselho de Segurança da ONU.
As tropas, não vistas mais como protetoras pelo povo haitiano, invadem favelas, levam o terror a população mais pobre e nem sequer chegam perto dos locais onde estão concentrados as famílias mais ricas do país.
Barack Obama, o homem que promete uma relação mais humana dos EUA perante o resto do mundo, acabará com a dominação que tem como objetivo a repressão a mobilizações populares, a ação de grupos insurgentes e proteção do governo René Préval?
A resposta, certamente, é não. Apesar de um novo rosto na Casa Branca e por mais que Obama se esforce para demonstrar amizade e vontade de ajudar os países do terceiro mundo, um país como os EUA não abandonam o posto de imperialista tão fácil. Para que haja o desenvolvimento de uma nação, dentro do sistema capitalista, é necessária a exploração e repressão de muitos outras, o que torna impossível para os EUA e, consequentemente, o Brasil abandonar a idéia de comando no país caribenho.
Assim como os norte-americanos não abandonarão a política de exploração, o Brasil não mudará a sua de submissão, nos revelando que dificilmente Lula cogitará retirar seus homens da tarefa de deixar a maior potência do mundo um pouquinho mais dominante.

Francisco Valle