Começou ontem a temporada brasileira de futebol. Mas não com aquela pompa que apenas nossos campeonatos conseguem.
Assim como fazemos há várias décadas, aproveitamos a monotonia das férias para assistir, durante todas as tardes de janeiro, a copa São Paulo de Futebol Júnior e ano a ano ouvimos o mesmo discurso: o campeonato que revelou Sócrates, Falcão, Raí, Kaká, Robinho, Vagner Love e tantos outros nomes para tentar mostrar a importância do extremamente inchado torneio nacional –
De fato, nas décadas de 80 e 90, a Copa São Paulo mostrava o futuro de cada grande equipe e as revelações dos fortes times do interior. Ou seja, assistir a um jogo entre Palmeiras e Corinthians daquela época era ver a base dos times que se enfrentariam no profissional alguns anos depois.
Assim sendo, torcias enchiam estádios em todo o estado para verem seus candidatos a ídolos.
A partir da promulgação da Lei Pele, na qual o jogador possui o direito de ter seu passe após míseros 3 anos de contrato com seus clubes formadores, o maior campeonato júnior do país tornou-se um verdadeiro desfile de mercadorias.
Empresários alugam clubes para colocarem seus jogadores na vitrine, ainda mantida pelo glamour da competição, graças às transmissões ao vivo de canais abertos e fechados.
Para aproveitar a abstinência futebolística do brasileiro (e não deixá-lo fugir para torneios internacionais), a estratégia é, ano a ano, lembrar que aquele garoto que hoje dribla em gramados ralos de Taubaté a Louveira.
Porém, de 2000 para cá, cada novo “craque” da Copa São Paulo era na verdade jovens que já faziam parte do elenco – muitas vezes titular – de suas equipes. Basta lembrar da final de 2004 entre São Paulo e Corinthians, quando Diego Tardelli, titular do tricolor na temporada passada, recebeu toda a perseguição da Fiel torcida por já ser um velho conhecido.
Outro caso recente é do zagueiro Breno. Em apenas 1 ano, deixou a zaga do São Paulo na copinha para ser titular no Brasileirão e vendido ao futebol alemão.
Não dá para dizer que os clubes perderam com esse desfile de empresários. Seus jogadores saem mais maduros após essa relação e são vendidos numa velocidade capaz de manter o dinheiro em caixa sempre vivo.
O único que perdeu foi o torcedor, que tem duas opções para ver seus jovens craques: na moribunda Copa São Paulo ou em clubes europeus. Vestindo nossas camisas, só nos tempos de Sócrates, Falcão...
Heitor Mário Freddo
Assim como fazemos há várias décadas, aproveitamos a monotonia das férias para assistir, durante todas as tardes de janeiro, a copa São Paulo de Futebol Júnior e ano a ano ouvimos o mesmo discurso: o campeonato que revelou Sócrates, Falcão, Raí, Kaká, Robinho, Vagner Love e tantos outros nomes para tentar mostrar a importância do extremamente inchado torneio nacional –
De fato, nas décadas de 80 e 90, a Copa São Paulo mostrava o futuro de cada grande equipe e as revelações dos fortes times do interior. Ou seja, assistir a um jogo entre Palmeiras e Corinthians daquela época era ver a base dos times que se enfrentariam no profissional alguns anos depois.
Assim sendo, torcias enchiam estádios em todo o estado para verem seus candidatos a ídolos.
A partir da promulgação da Lei Pele, na qual o jogador possui o direito de ter seu passe após míseros 3 anos de contrato com seus clubes formadores, o maior campeonato júnior do país tornou-se um verdadeiro desfile de mercadorias.
Empresários alugam clubes para colocarem seus jogadores na vitrine, ainda mantida pelo glamour da competição, graças às transmissões ao vivo de canais abertos e fechados.
Para aproveitar a abstinência futebolística do brasileiro (e não deixá-lo fugir para torneios internacionais), a estratégia é, ano a ano, lembrar que aquele garoto que hoje dribla em gramados ralos de Taubaté a Louveira.
Porém, de 2000 para cá, cada novo “craque” da Copa São Paulo era na verdade jovens que já faziam parte do elenco – muitas vezes titular – de suas equipes. Basta lembrar da final de 2004 entre São Paulo e Corinthians, quando Diego Tardelli, titular do tricolor na temporada passada, recebeu toda a perseguição da Fiel torcida por já ser um velho conhecido.
Outro caso recente é do zagueiro Breno. Em apenas 1 ano, deixou a zaga do São Paulo na copinha para ser titular no Brasileirão e vendido ao futebol alemão.
Não dá para dizer que os clubes perderam com esse desfile de empresários. Seus jogadores saem mais maduros após essa relação e são vendidos numa velocidade capaz de manter o dinheiro em caixa sempre vivo.
O único que perdeu foi o torcedor, que tem duas opções para ver seus jovens craques: na moribunda Copa São Paulo ou em clubes europeus. Vestindo nossas camisas, só nos tempos de Sócrates, Falcão...
Heitor Mário Freddo
2 comentários:
É uma pena... a Copinha tem um charme todo especial. O que deu ainda mais força para esse caráter "vitrine" que você citou é o fato dela ter virado Sub-18. Se bem que, se continuasse a ser até 20 anos, não iria mudar em nada. Afinal nessa idade todos já foram embora.
A verdade é uma só: abaixando a idade da competição para atletas com idade até 18 anos e 88 times a Copa SP perdeu a graça.
E ainda temos quatro tvs transmitindo o torneio e passando 287 jogos por dia.
A Copinha não tem mais valor nenhum, alias o valor que predomina e dos empresários.
Postar um comentário