domingo, 1 de fevereiro de 2009

O olhar de uma criança




Dez minutos de filme, uma Nicole Kidman cheia de esquisitices e Hugh Jackman com mais trejeitos do que nunca, marcam o início de Austrália.
Para muitos pode ser um balde de água fria logo no começo, para os mais pacientes e observadores, a atuação forçada e, aparentemente, amadora, não caracteriza um péssimo trabalho. Pelo contrário, a proposta inicial é contar a história através da lembrança e narração de uma criança, e como todos sabemos, a visão ingênua e deturpada tem como símbolo os exageros e a falta de naturalidade das ações. Por isso, se a atriz principal deveria fazer um “biquinho”, ela o faz como se fosse uma criança a fazê-lo, exagerando cada movimento.
Acreditando na infidelidade de seu marido, Sarah Ashley (Nicole Kidman, de Moulin Rouge) resolve viajar até a Austrália para trazê-lo de volta. Ao chegar encontra um marido morto, uma fazenda de gado decadente e um administrador que na verdade trabalha para seu único concorrente.
Sem saber o que fazer e sem nenhuma experiência, Sarah se vê obrigada a implorar pela ajuda do homem que desde sua chegada ao continente a irritou e destratou. “The drover” (Hugh Jackman, da trilogia X-Men), ou, como a ridícula tradução diz: O capataz.
Capataz não tem patrão, não trabalha para ninguém e não despedido por ninguém, é responsável por levar o gado da fazenda ao porto. Mas quando a aristocrata inglesa, Sarah Ashley, lhe oferece uma bela égua Capricórnia como pagamento, ele aceita o desafio.
Não. Não é a história deles. É a história de um menino aborígene, um mestiço, um menino sem lugar na sociedade critica e preconceituosa da época. Um menino pertencente à Geração Perdida, nome dado às crianças mestiças que por não serem nem brancas, nem negras, são tiradas de suas mães (já que a maioria dos pais são patrões inescrupulosos, que não assumem seus atos) e levadas para um ilha missionária.
Este menino, Nullah (Brandon Walters), mora em Faraway Downs, a fazenda de Sarah, e perde a mãe logo no inicio do filme.
Com apenas dois homens para fazer o trabalho “sujo”, Capataz é obrigado a aceitar Sarah, Nullah e outros despreparados habitantes da fazenda para ajudar a atravessar o gado. Durante a viagem, ele e Sarah se apaixonam, um pelo outro, e ambos por Nulah.
Após muitas provações, eles conseguem vender o gado, e ficam juntos, os três, no que nos aprece um belo e previsível final feliz.
Mas o filme não acaba, na verdade é como se neste momento começasse um novo filme, só que sem intervalo para ir ao banheiro, ou troca de película.
O medo de se prender a um só lugar leva Capataz a buscar um trabalho diferente e Sarah não aceita sua viagem a trabalho, chegando a dizer que se ele for não deve voltar. Ao mesmo tempo, Nullah, que declara precisar partir para sua jornada pessoal aborígene, some.
Pouco antes, o antigo administrador corrupto da fazenda, Neil Fletcher (David Wenham), assassina seu patrão, King Carney (Bryan Brown), e se apossa de todos os seus bens, casando-se com sua única herdeira. Mas dinheiro não é tudo para ele, ele deseja vingança, por Sarah tê-lo ferido em seu orgulho. Para tando, Fletcher ordena que levem Nullah para a ilha missionária, acreditando que assim, poderá fazer Sarah vender sua propriedade para ele.
Neste momento o pano de fundo da Segunda Guerra Mundial fica evidente e Sarah chega a ser voluntária na torre de comunicação, enquanto espera para buscar Nullah na ilha. Mas a guerra se evidencia, e o Japão bombardeia a Austrália, a começar pela ilha em que Nullah se encontra.
Quando percebe a presença de soldados não pertencentes ao continente, Capataz se aflige pelo bem estar de Sarah e Nullah, e percebe que só se afastou por medo de se entregar a esta nova família. Mas quando chega, encontra uma cidade quase totalmetne em destroços, e muitos mortos e feridos, dentre os quais ele acredita que esteja Sarah.
Em uma cena realmente comovente, Capataz chora a morte de Sarah, quando descobre o paradeiro de Nullah e decide ir até a ilha tentar encontra-lo, acreditando que ele ainda esteja vivo.
A sensibilidade coletiva aumenta, quando descobrimos que Sarah não está morta e ao mesmo tempo capataz encontra não só Nullah, como a maioria dos meninos mestiços, vivos.
No final, todos estão partindo da cidade destruída, quando Sarah escuta a música que ela ensinou a Nullah quando sua mãe faleceu, e vê o barco chegar.
Como toda história infantil, o final é feliz. Mas como o conto de uma criança, se uniu as experiências de adultos, o pano de fundo de uma guerra e o foco na Geração Perdida, o filme conta com momentos de tensão, em que parece que nada vai terminar bem, ou que pelo menos um dos três vai morrer.
Nada disso acontece, mas a emoção criada em cada cena de impacto é tão grande que o coração se aperta, as lagrimas escorrem e as mãos se fecham em sinal de pura tensão.
Do mesmo modo, algumas cenas, que de tristes nada tem, são marcadas pelo burburinho coletivo. Quando Hugh Jackman faz a barba, corta os cabelos e se veste de terno e gravata para acompanhar Sarah em um baile, até os homens presentes na sala de cinema deixam escapar exclamações empolgadas, pois a diferença entre o “cowboy do mal”, carrancudo e um pouco sujo, e o homem, bonito e sedutor que entra em cena naquele momento, é notável.
Do ponto de vista mais crítico, o diretor peca pelo excesso, da grandiosidade do cenário ao tempo de duração. Duas horas e quarenta e cinco minutos, é tempo de sobra. Mas por incrível que pareça, quando você mergulha na história, o tempo passa e você não nota a duração, mas sim a riqueza de detalhes.
O diretor, Baz Lurhman (Moulin Rouge e Romeu + Julieta), uniu sensibilidade, inocência e muita competência neste trabalho. Apesar de todas as criticas apontarem o quão clichê o filme parece/é, assisti-lo, com certeza, não é desperdício de tempo ou dinheiro, pelo contrário, não assisti-lo é que caracteriza um grande desperdício.



Carina Reis

9 comentários:

Imprensa Marrom e Cia disse...

Eu sei, eu sei, ta enooooooorme!
Mas eu me empolguei, desculpa!

Cá Reis

Imprensa Marrom e Cia disse...

ps: Duas jujubas pra quem o ler inteiro!!!

Cá Reis

Heitor Mário disse...

huahaeuhaeuheaa besta

Todo mundo vai ler o texto. Vc só entregou que o final é feliz, mas está ótimo!

Agora duas coisas ficaram muito claras para mim: vc chorou muito no cinema e babou na cena do Hugh Jackman sem camisa.

Te conheeeeeeeço...

heauhauhauheaua

Beijão

Carina Reis disse...

uahauhauahuah
Cretinooo...precisava me entregar assim??

Eu chorei msm, nossaaa, chorei demais da conta, o filme inteiro...chorei nas cenas tristes, nas felizes, tudooo!
E babei mto no Hugh Jackman, maaas isso, como eu disse, o cinema inteiro fez!

Beijoos,

Cá Reis

Francisco Valle disse...

tbm li inteiro
mtu bom

pq tirou as outras imagnes??

Heitor Mário disse...

Foi sugestão minha.

Carina é minha escravinha pessoal!!

80 chibatadas!!

aheuaeheauhaeuhaeuhauehauha

Brincadeira

Carina Reis disse...

auhauhauahua

Fran,
Tirei pq o Heitor falou q tava feio cheio de imagens!

E pode deixar, semana que vem eu levo jujuba pra tds!!

Beijos,
Cá Reis

Eric Rocha disse...

Quero minha jujuba também. Nossa, duas horas e quarenta? Tem que ser muito bom pra segurar o telespectador mesmo. A abordagem de diversos facilita talvez.

beijos

Carina Reis disse...

Gá,

A dificuldade é a vontade de fazer xixi!
auhauahuahau

Levo suas jujubas tmb!

beijoo

Cá Reis