quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

A Pantera Cor de Rosa 2

Não espere um show de humor inteligente, capaz de lhe fazer chorar, tamanhas as gargalhadas. Também não imagine que a trama policial irá tirar-lhe o fôlego, numa perseguição implacável. Mas isso não faz de A Pantera Cor de Rosa 2 um filme ruim. Dentro de seus planos e intenções, ele alcança seus objetivos.
A base toda do filme, assim como o primeiro episódio – também estrelado e dirigido por Steve Martin (O Pai da Noiva, Os Picaretas) – e, principalmente, a cinesérie da década de 60, criada por Blake Edwards, é o humor pastelão. Apesar de ser extremamente detestado pela crítica, que despreza completamente o gênero, esse estilo simples é um dos mais importantes, tradicionais e queridos do cinema, além de ser fundamental para o humor como um todo.
Trata-se de um filme fácil de se entender, carregado em clichês, bordões e representações clássicas – o sotaque francês, o galanteador italiano, o nerd japonês e o “inglês sabe-tudo”, o que atrai um público menos exigente às salas. Essas quatro nacionalidades são representadas por seus melhores inspetores, interpretados, respectivamente, por um timaço formado por Martim, Andy Garcia (o terceiro Don Corleone de O Poderoso Chefão), Yuki Matsuzaki (Cartas de Iwo Jima) e Alfred Molina (Magnólia, Frida, Lutero, O Código Da Vinci, Homem Aranha 2...). Juntos, eles formam o “dream team” internacional, a fim de descobrir-se o paradeiro de Tornado, um ladrão internacional de jóias e peças raras.
Umas delas é o diamante Pantera Cor de Rosa, cujo caso levou o atrapalhado inspetor Jacques Clouseau ao status de “melhor investigador do mundo”, tornando-o chefe dessa nova missão. Quem não parece gostar muito da ideia são seus companheiros, que de cara percebem, digamos, sua inteligência não tão privilegiada.
A partir daí, tal qual o primeiro, o filme é uma sequencia de situações em que Clouseau passa vergonha, “atrapalha” as investigações, ou faz a França ser desmoralizada, até que, ao fim, ele mostra que subestimá-lo é um grande erro. Em alguns casos, as piadas são divertidas, mas em outros são extremamente forçadas. A melhor maneira de ver o filme é deixando-se levar pela graça, ou seja, vê-lo como pura diversão.
A reação do público nos cinemas mostra que os objetivos foram alcançados.

PS: Não poderia deixar passar a oportunidade para falar um pouco da história da série. Este é o 11º filme relacionado ao personagem Jacques Clouseau. Os demais foram A Pantera Cor-de-Rosa (1963), Um Tiro no Escuro (1964), Inspector Clouseau (1968), A Volta da Pantera Cor-de-Rosa (1975), A Nova Transa da Pantera Cor-de-Rosa (1976), A Vingança da Pantera Cor-de-Rosa (1978), A Trilha da Pantera Cor-de-Rosa (1982), A Maldição da Pantera Cor-de-Rosa (1983), O Filho da Pantera Cor-de-Rosa (1993) e A Pantera Cor-de-Rosa (2006).
O desenho, que todos conhecemos e muitos nos apaixonamos, foi criado para a abertura do primeiro filme, tendo se tornado, ao longo dos tempos, mais conhecido do que a própria série de cinema.

Heitor Mário Freddo

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