sábado, 28 de fevereiro de 2009

Reforço no SBT

Hoje tem estreia no SBT Brasil, o principal telejornal da emissora de Sílvio Santos. O experiente Rodolpho Gamberini irá ancorar a atração comandada durante a semana por Carlos Nascimento. Além da bancada, sendo o “reserva imediato” para qualquer um dos apresentadores, Gamberini voltará a fazer reportagem, algo que não acontecia desde sua época de Rede Globo, quando fazia especiais para o Bom Dia Brasil e correspondência internacional.
O jornalista deixou a RedeTV! no fim de janeiro, reclamando que a emergente emissora não investe em jornalismo e isso faz falta ao telespectador. Ao assinar contrato com o SBT, se viu obrigado a desfazer as comparações entre as empresas, já que sua nova casa também não tem grande tradição em investir nessa área. Gamberini diz não temer o desafio, sobretudo a respeito das mudanças repentinas que o patrão sempre executa.
“O jornalismo está ganhando importância no SBT. Hoje, já representam 25% do horário da grade”, disse em entrevista à Agência Estado.
Nessa mesma conversa, Gamberini fez duras críticas ao programa da TV Cultura Roda Viva, o qual foi o primeiro âncora em 1986. “Quando a atração nasceu, seu sucesso estava na discussão de ideias, coisa que não dá para fazer em uma ação entre amigos. Estão faltando opiniões diferentes”. Seria uma crítica sutil de que a emissora sofre censuras do Governo do Estado?
Rodolpho Gamberini tem 55 anos, 34 dedicados ao jornalismo. É formado pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, e também em Ciências Sociais pela USP. Começou sua carreira em 1974 e trabalhou durante cinco anos no jornal Folha de São Paulo. Depois, foi correspondente internacional na Rádio Capital, em Roma, Itália. Na televisão, trabalhou nas emissoras Globo, Cultura, Manchete, Record e RedeTV!.
A contratação de Rodolpho Gamberini mostra que o SBT está seguindo sua linha atual: investe demais nos nomes de seus âncoras e repórteres, “estrelas” da profissão que trazem consigo respeito e credibilidade em suas palavras, como já fez com Ana Paula Padrão, Carlos Nascimento, Mauro Tagliaferi e agora Gamberini, porém o jornalismo continua sendo destratado, refém de uma programação sem lógica que Sílvio Santos cria. O horário nobre, por exemplo, é ocupado com o entretenimento. A seguir, o SBT Brasil se encaixa para seguir o horário da novela das 8 da Globo – à época do Pantanal, Carlos Nascimento fazia malabarismo para encerrar a atração enquanto os créditos de A Favorita subiam.
Em seguida, já numa sessão coruja, vem o Jornal do SBT, enquanto o matinal é apresentado às 6 da manhã para fugir de qualquer concorrência – mesmo que o público ainda esteja bocejando.
Mais do que nomes, o telespectador do SBT precisa sentir a confiança de que eles farão um trabalho bom e sério. E lógico, saber em que horário ele estará no ar.


Heitor Mário Freddo

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