
Embora seu discurso ainda seja o tradicional “somente o futuro dirá”, acompanhado do pouco convincente “meu foco está somente na FIESP”, o administrador formado pelo Mackenzie, que ainda não é filiado a nenhum partido político surge como um dos favoritos à disputa.
Trabalho não falta para o empresário. Skaf, além de comandar o FIESP, é presidente do CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), SESI (Serviço Social da Indústria), SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) e Instituto Roberto Simonsen, que investe e mestudos de alta tecnologia.
Apesar de tanta responsabilidade, sempre há tempo para eventos regados a muitos microfones, reuniões políticas e muito marketing sobre suas gestões.
Desde o ano passado, quando os aliados de José Serra perceberam que não têm um nome suficientemente forte para concorrer à sua sucessão, Skaf, coincidentemente ou não, tornou-se o grande líder em relação às críticas ao Governo Federal.
O primeiro ato foi em relação à CPMF. O imposto de caráter provisório já vinha sofrendo pressões para que fosse extinto da tributação brasileira. A oposição, sem possuir líderes com a popularidade devida para aliar-se ao povo, utilizou a força da FIESP e de seu presidente para iniciar um movimento que resultou em 1,5 milhão de assinaturas e sua consequente votação em plenário. O ônus foi dividido entre ele como pessoa – não instituição – e a aliança PSDB/DEM, numa nítida associação de imagens e valores.
Em seguida vieram as duras críticas aos caminhos escolhidos pelo Governo Lula para reverter perdas decorrentes da crise econômica, sempre defendendo os interesses da classe empresarial/burguesa, mas travestindo-se de “defensor do operário”. Em seguida veio o tema educação, com reuniões frequentes com pais e professores dos sistemas SESI e SENAI – motivo que o levou a Jundiaí – para apontar falhas no sistema de educação, sempre culpando o baixo investimento federal. Enquanto isso, a gestão de José Serra passa como se fosse um baluarte na educação, e dando mostras de ser um possível modelo a ser seguido por ele.
Esses são sinais mais do que claros de que o grupo PSDB/DEM prepara Paulo Skaf para ser um novo integrante da política, atendendo todos seus requisitos: defensor de interesses iguais, ideologias idênticas e, principalmente, nenhuma rejeição entre o eleitor. O paulista conhece Skaf, vê sua imagem diariamente na televisão e não tem, aparentemente, motivos para não gostar do empresário. Ele também nunca perdeu uma eleição, é experiente e intelectual.
Uma campanha publicitária nem tão boa já seria capaz de fazê-lo Governador do Estado. Metade do marketing feito sobre o Prefeito de São Paulo Gilberto Kassab já seria mais do que suficiente.
PS1 – O jornal Folha de S. Paulo informou na coluna ‘Painel’ que Paulo Skaf também estuda a possibilidade de se candidatar a senador, numa espécie de Plano B para 2010.
PS2 – Aproveitando que o tema é Governo do Estado, acompanhem o que a gestão José Serra tem feito com nossa educação:
Livro de geografia da rede estadual de SP tem dois Paraguais
Um livro de geografia distribuído pelo governo paulista aos alunos da sexta série do ensino fundamental traz duas vezes o Paraguai no mapa da América do Sul e ainda inverte a localização do Uruguai e Paraguai. O erro repete-se também no livro do professor. Outra incorreção é a não-inclusão do Equador no mapa "Fronteiras Permeáveis". Sem isso, o aluno não tem informação para responder à seguinte questão, na página ao lado: "Quais são os países sul-americanos que não fazem fronteira com o Brasil?".
Folha On Line - 17/03/2009 - 09h31
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Um comentário:
Dizem que o pior governo para a educação é o do PSDB...pelos erros em livros didáticos isso parece bem provável.
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