Cada vez mais nossos representantes têm a certeza de que não passamos de expectadores de circo e que qualquer que seja a “palhaçada” feita iremos engolir.Lembram-se de Edmar Moreira [foto], o deputado dono de um castelo em Minas Gerais que utilizava as verbas indenizatórias da Câmara para seu uso próprio e liberava notas fiscais de sua empresa de segurança para tentar justificá-las?
Hoje ele iniciou seu novo discurso em busca da inocência e da salvação de seu mandato – que continua sem partido desde sua expulsão do Democratas. A defesa é a mesma feita pelos deputados em relação à farra das passagens aéreas.
Ele disse que, assim como seus nobres colegas não tinham regras para utilizarem a cota de viagens pagas pelos contribuintes – o que dava margem ao que ocorreu, com deputados e senadores levando seus parentes e amigos à destino que nada têm a ver com seu trabalho parlamentar –, as Verbas Indenizatórias também não eram regradas, então ele poderia utilizá-la como bem entendesse até então.
Essa verba existe para que, quando um deputado paga contas relacionadas a seu mandato com seu próprio dinheiro – e assim compromete seu humilde salário de 16 mil reais – haja o reembolso.
O Deputado Federal tem direito a uma verba mensal, destinada ao ressarcimento de despesas com aluguel, manutenção de escritórios, locomoção, entre outras diretamente relacionadas ao exercício do mandato parlamentar.
Ele pode gastar até R$ 12.000,00. O saldo da verba não utilizado acumula-se para o mês seguinte, dentro de cada semestre.
E o que fazia Edmar Moreira? Alegava que utilizava seus 12 mil pagando sua equipe de segurança, contrada da empresa da qual ele é proprietário. Para isso, emitia notas fiscais.
Porém, as notas estavam em série, o que representa que ou a empresa só tinha ele como cliente, ou que eram frias – o que, convenhamos, parece bem mais lógico.
Ele nem sequer achou uma testemunha, um único segurança que afirmasse trabalhar para ele.
Mas como seus companheiros deram essa brecha, o deputado Edmar Moreira encontrou um caminho para se defender. Como nossa justiça é burra e nada cega, não estranhem se houver a absolvição.
Heitor Mário Freddo
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