O Eurocentrismo da Bola

Enquanto todos discutem os clássicos do final de semana no paulistão, eu vou falar sobre outro assunto interessante: Liga dos Campeões da Europa. A mais importante competição do continente terá os classificados para as semi-finais nesta terça e quarta (14/04 e 15/04). Bayern de Munique e Barcelona decidem uma vaga, com o time alemão precisando ganhar de 5 a 0, ou 4 a 0 para levar aos penaltis. Chelsea e Liverpool decidem outra vaga, com a vantagem de 2 gols para o time londrino. O todo poderoso Manchester United pode perder sua vaga para o Porto, que avança com o resultado de 0 a 0, já o Arsenal precisa ganhar do Vilareal após o empate por 1 a 1.

O porque deste texto é simples, nesta última rodada, o futebol europeu teve média de 4 gols por partida, além dos estádios, como sempre, lotados. Para ter uma ideia do fracasso de público no Brasil, o São Paulo mantém uma média de público de 7 mil pessoas tirando os clássicos. O Sport que tem como principal vantagem, sua torcida fanática, anda cobrando 30 reais dos ingressos, o que convenhamos não é nada lógico de se fazer no Nordeste, daí o público diminui também.

Os nossos maiores craques estão na Europa, cada vez mais cedo os jogadores são vendidos aos grandes times, e muitas vezes nem são aproveitados. Dos times que disputam as vagas para as semi-finais na Liga dos Campeões, vale lembrar que Breno, do Bayern, virou titular a pouco tempo, e vem jogando mal. Marcos Senna, do Vilareal, se naturalizou espanhol, Hulk, do Porto, sequer jogou no Brasil. Denilson, do Arsenal, e os gêmeos Rafael e Fabio, do Manchester United são outros que jogam de vez enquando, e podiam certamente serem titulares de qualquer time brasileiro.

Às vezes perdemos craques de um potencial incrivel, que caem no esquecimento por não terem condições de competir com os jogadores europeus mais experientes, mas quase sempre perdemos nossos maiores jogadores para o futebol europeu, diferente de antigamente quando os jogadores da seleção atuavam todos por aqui. É por isso que, nós, amantes do bom futebol, usamos camisas de times europeus, nos interessamos por Liga dos Campeões e, outros campeonatos do velho continente, para ver grandes espetáculos, esquecer os pernas-de-pau de nossos times, e para comentar jogadas e gols e não erros de arbitragem, ou comentários de técnicos.

Bruno Furlanetti