Apesar da crise, a economia informal no Brasil cresceu, e bastante. No período de dezembro de 2007 a dezembro de 2008, a informalidade no país aumentou em 27,6%. Os resultados são os mais expressivos desde que começaram a ser analisados, em 2003. O Índice da Economia Subterrânea, elaborado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) e pelo Instituto Brasileiro Ética Concorrencial (Etco), que revela o quanto informal está o mercado brasileiro, leva em conta também as práticas de sonegação de impostos. Os dados também atestam que, hoje, a economia subterrânea já acumula de 20% a 30% do PIB nacional. Segundo o pesquisador-pleno do Ibre/FGV, Fernando de Holanda Barbosa Filho, as duas economias – informal e formal – andam juntas, sendo que “uma alimenta a outra”. Os motivos, segundo as divulgadoras da pesquisa, estão atrelados ao aumento da carga tributária que as empresas formais têm que desembolsar. As informações, da Agência Estado, causam dois sentimentos distintos. Sim, podemos nos alegrar com a notícia de que boa parte da população trabalhadora brasileira não sofreu muito com os efeitos da crise mundial. No entanto, os números indicam uma tendência ruim. O Brasil continua a perder dinheiro, uma vez que os ganhos não são declarados. Apesar de estar fazendo esforços para reverter o quadro, como a elaboração do Simples Nacional, que facilita a regularização de mini e pequenas empresas, o Governo ainda não possui uma boa estratégia fiscal para diminuir a informalidade. Quem perde é o trabalhador, que não terá os direitos que a legislação trabalhista lhe assegura. Os dados não mentem: a União arrecada bastante, gasta de maneira errônea e não sabe, infelizmente, produzir visando o futuro.Eric Rocha
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