quarta-feira, 20 de maio de 2009

Serra horrorizado

A educação no país já não caminha com boas pernas e, ultimamente, tem tropeçado grosseiramente em suas propostas de reformulação e melhoria nos métodos de ensino.
O tropeço da semana foi a distribuição de livros contendo palavrões e alusões machistas à sexualidade pela Secretaria de Educação de São Paulo. Os livros seriam encaminhados a alunos da terceira série do ensino fundamental, mas os exemplares não chegaram às escolas e já estão em processo de recolhimento.
O governador do estado José Serra (PSDB) classificou o erro como "um horror", segundo declaração no jornal Estadão, e disse que abrirá uma sindicância para apontar os responsáveis.
O conteúdo dos livros é baseado em cartuns que brincam com momentos do futebol, ao estilo dos encontrados nas páginas de jornais. No entanto, traz frases com duplo sentido, sátiras com a sexualidade e inclusive referências ao grupo criminoso Primeiro Comando da Capital (PCC), algo, obviamente, inadequado a crianças da faixa etária de nove anos.
Em março, a secretária de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães, foi substituída por Paulo Renato de Souza, ex-ministro e atual secretário. O erro que causou a demissão foi a distribuição de livros didáticos, de geografia, a alunos da 6ª série das escolas públicas que continham mapas da América do Sul mostrando duas vezes o Paraguai e excluindo o Equador. O erro aparecia também nos livros destinados aos professores.
Certamente, falta fiscalização por parte dos órgãos responsáveis pela educação no estado, uma falha grave e que parece se perpetuar em todos os setores do país como na saúde, nos assuntos do meio-ambiente, nos programas sociais, na segurança, na política e, claro, também na educação. É nessa brecha que aproveitadores costumam armar seus esquemas em benefício próprio e é aí que as governanças se mostram incompetentes e ineficazes. De nada adianta distribuir livros, apostilas, materiais escolares em geral, sendo que não são devidamente bem feitos e bem utilizados.
Os cartuns quase entregues às crianças fazem parte do programa Ler e Escrever, de autoria de José Serra quando ainda era prefeito da cidade de São Paulo, ou seja, compreensível que falhas "bobas" como estas apareçam nos meros projetos e programas que os políticos esperam que os reelejam nas próximas eleições. E o povo cai na onda, já que também não sabe o significado da palavra "fiscalização".

* a imagem é do site http://www.folha.uol.com.br/

João Eduardo Colosalle

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