sábado, 6 de junho de 2009

A ilusão de uma causa ambiental


A relação do homem com o meio ambiente nunca se tornou tão pautada pelos diversos ramos. Dos jornalistas aos grandes empresários, o tema, que cada vez mais se torna problema, vem sendo abordado de diferentes formas.
Existem aqueles oportunistas do tipo do Partido verde ( PV), esses se mostram em uma causa que defenda a natureza em troca de credibilidade, mesmo sabendo que isso dificilmente ajudaria os outras setores da sociedade. Se o modelo hoje é capitalista, a alternativa sustentavél não será levada mais a sério na política do que uma discussão de quantas árvores terão que morrer para que as empresas continuem lucrando, ou então da onde tirarão mais pretróleo para abastecerem seus motores quando a matéria prima estiver se esgotando. É necessário uma mudança nesse pensamento para que o meio ambiente sai lucrando como uma consequência e não como uma prioridade que não desenvolve uma evolução em cadeia.
Um pouco ao lado da política estão as incógnitas, caso do Greenpeace, ONG de maior expressão dentre aquelas que lutam pela causa verde. O Geenpeace mostra ter uma postura combativa a destruição, mas dificilmente age de forma objetiva, assim como revela poucos resultados consistentes.
No jornalismo, o tema só tem espaço em canais de televisão restritos a grande maioria da população, ou ainda são encontrados em peguenos jornais e revistas sem qualquer tipo de expressão. Quando mostrados em programas de grande audiência, pode se dizer Fantástico e Globo Repórter, são altamente superficiais e em alguns casos sensacionalistas.
Pelo lado da indústria, os patrões se mostram orgulhosos quando suas empresas fazem, por exmplo, um dia voltado a causa ambiental. Todos os funcionários se esforçam, em um dia de trabalho comum, em uma plantação coletiva de árvores. Entretanto o que não se mostra é o quanto do meio ambiente a mesma indústria desgasta durante todo seu processo de produção e enriquecimento.
Frente a frente com essa realidade, a esperança é que a imagem falsa de “cada um fazer a sua parte” não consiga fechar os olhos das pessoas para o quanto se consome hoje do planeta, a proporção de danos cresceu de forma absurda nas últimas décadas.
É ai que entra a discussão que desejo propôr nessas rudes e dramáticas linhas.
Na última quinta-feira, 4 de junho, foi comemorado o Dia mundial do meio ambiente, data estabelecida durante Assembléia-Geral das Nações Unidas, em 1972, com obejtivo resumido: sensibilizar a humanidade sobre as ameaças ambientais.
Em 2009 , a prosposta foi que cada indíviduo desenvolvesse atitudes que pudessem salvar um pouco do meio ambiente.
O projeto de cada qual cuidar de suas atitudes esbarra em questões estruturais. É impossível convencer a população mundial de frear o consumismo ou evitar contribuir para o aumento do aquecimento global, se as mesmas pessoas estão rodeadas de propagandas que as convencem a comprar, gastar, trocar e construir. Um carro novo se torna uma tentação para um indíviduo na maneira como o sistema do “ter em lugar ao ser” é levada.
A propaganda é a alma do negócio e o negócio é vender. Para vender é necessário produzir, a produção não existe sem a devastação. Uma fábrica de peças automotivas não funciona sem lançar uma grande quantidade de materias tóxicos no ar e na água, também não vai para frente se não extrair bastante ferro e outros minérios do solo.
O dinheiro é que move a maneira de pensar em relação ao tema. Basta olhar para a reciclagem, possível aliada nessa batalha. A atividade só se fortalece devido ao fato de aparecer como boa fonte financeira para empresas do setor e para aqueles que sobrevivem do famosa “catança de lixo”.
Se cada um fizesse sua parte poderia até haver melhoras, mas a grande questão está na estrutura, que não deixa que cada um tome atitudes regulares que esbocem uma ajuda, porque o fato enfrenta, diretamente, o padrão de vida levado pela sociedade atualmente, já aglutinado na cabeça da população. Os poucos que relamente desejam uma melhora, a intenção das pessoas não pode ser generalizada como ruim, não conseguem espaço para tentar rasgar a alienação. A situação na qual o mundo esta inserido é uma verdadeira máquina de destruição e derruba as teses de um ideal em prol da natureza.

Francisco Valle

Um comentário:

Vinicius disse...

Ótimo texto. Com certeza se cada um fizer a sua parte os danos ao meio ambiente seriam reduzidos, porem, com tantas madeireiras ilegais e poluição da agua potavel fica dificil salvar o nosso meio ambiente. Enquanto houver esse consumo excessivo dificilmente se diminuirá a destruição do meio ambiente. A questão é a CONSCIENTIZAÇÃO das pessoas que tem que enteender de uma vez por todas que se destruir o meio ambiente estará destruindo a si mesmo.