sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Vida e pedra

Eu não quero viver em desilusão agora, podendo até me perder em perguntas arrogantes. Nunca fui educado para o cinismo, adotado por muitos, na tentativa de justificar fraquezas, que na maioria das vezes são muito pertinentes a qualquer idade ou sexo. Ah! Sempre o sexo: Comemos, bebemos, trabalhamos, estudamos, damos valor exacerbado ao trabalho, produzimos, até mesmo guerreamos em nome dessa entidade biológica que é o ato sexual. Para muitos: Tabu. Para poucos: Estilo de vida. Para mim: uma necessidade controlável. Veja, observe muito bem o que és, que dirão quem serás! Observe, não relembre os anos perdidos, podendo também desperdiçar os anos dourados futuros. Lembranças obsoletas em fusão com atmosferas de incertezas. Não há meio, não há como continuar sendo ofuscado por esta luz sem vida, não podemos continuar assim. Frieza e exatidão. Não somos maquinas, vivemos em uma teia de erros, respirando breves segundos de encantamento acertado. Tudo num mundo de vida e pedra. Luz e trava. Baironianos, Kafkanianos, Goethinianos. Relva e asfalto (eu não mudei de assunto, perceba que existe uma relação). A metafísica do amor e da morte, o que é estar vivo sem amar? Será mesmo o sono irmão da morte? As cartas estão postas, a roleta gira freneticamente, os dados combinam seqüências obscuras, e o pior de tudo é que não sabemos jogar. Cedo de mais para viver, tarde de mais para morrer. Clarins anunciam a criação, retumbando nos corações vemos as cidades, as torres, as praças, largos, avenidas, ruelas, bares, cafés, restaurantes, alamedas, arbustos, fumaça, asfalto, fios, inextricáveis construções paralisadas em centros modernos. Em todos esses lugares lá esta: Conquista, baluartes inflados de ego e testosterona, estandartes da reprodução, mas no fundo todos nós vivemos em nosso próprio escafandro de alto-desconhecimento! Descontentes com a platina desperdiçada, caçadores de tesouros desconhecidos. Nunca seremos mais do que simplesmente o que somos, sem abrir os olhos para o novo, para desdobrar o horizonte, precisamos ceder a nós mesmos. Revoltas ocorrem diariamente em vida e pedra. A desconstrução do homem começa em vida e pedra. Não é simplesmente um lugar, uma vida ou uma pedra, é uma contextualização generalizada de uma sociedade ensimesmada na ignorância, em agir sem propósitos. Correndo por intermináveis avenidas, cruzando distancias absurdas, sendo seguido por luzes amarelas. Sombras de postes mortos. Ruidosos motores sem potencia. Imagine o sol bege, sem face, tão pouco é seu calor, fantasmas em frente de sete espelhos. Ela com cabelos ao vendo, arrepiada, sedenta, mais uma noite sem propósito, mais uma historia inacabada. Mais uma vez: vida e pedra.

Bruno Luporini Chiarotti

2 comentários:

Juliana Rímoli disse...

"As cartas estão postas, a roleta gira freneticamente, os dados combinam seqüências obscuras, e o pior de tudo é que não sabemos jogar."

...penso que as vezes, atém mesm a vida deve ser vivida como uma "flor que se cumpre sem pergunta".

Lindo texto!

Ademerson Novais disse...

Fiquei surpreso pela visão e a critica que vc desfiou aqui cara..uma visão de uma pessoa que entende ou tenta entender a vida....


Ademerson Novais de Andrade