
Quem esperava uma palestra morna, devagar e um caminhão de elogios direcionados a Igreja, se surpreendeu. A Aula Magna de 2009 da PUC-Campinas trouxe o Senador Pedro Simon (PMDB-RS) para tratar da Campanha da Fraternidade deste ano, intitulada “Fraternidade e Segurança Pública”. No entanto, pouco se tratou do tema diretamente. Simon, que já foi vereador, deputado estadual, governador do Rio Grande do Sul, além de ocupar diversos cargos estudantis, preferiu utilizar do espaço para dissertar sobre dois pontos em específico: a educação e a política. Primeiro, duras críticas ao que chamou de “mercantilismo” dentro da educação e também a ineficiência do sistema de ensino brasileiro. “Hoje no Brasil a escola que instrui é uma grande escola. Agora educar...”, lamentou. Para o senador, o exemplo dado recentemente pelos Estados Unidos, quando Nancy Killefer (convocada para ser supervisora de orçamento) e Tom Daschle (secretaria da saúde) deixaram de assumir seus pontos na Casa Branca por terem problemas com a Receita Americana, deveria ser tomado como exemplo para combater a impunidade, o “principal problema do país”. Simon criticou o modo de como se dá a justiça no país: onde o “o pobre não conhece a justiça, só polícia” e os ricos infratores continuam a andar livres pelas ruas. Ainda nesse aspecto, afirmou ser favorável ao fim do foro privilegiado, que indica que senadores e deputados só podem ser julgados no Superior Tribunal Federal (STF). Pedro Simon, formado em Direito pela PUC-RS, com especialização nos campos de Direito Penal e Economia Política, defende a tese de que há solução para tamanha desestrutura. “Somos uma nação que pode avançar. Mas há de se fazer transformações”, disse. Entre elas, manter uma forte fidelidade partidária, acabar com jogos políticos, estabelecer um gasto máximo em campanhas eleitorais, e não fazer da TV “uma fábrica de mentiras”. O senador cobrou da juventude uma medida mais pró-ativa, parecida com a que no momento das Diretas Já. “A ditadura só caiu quando a mocidade foi às ruas. Aquilo que parecia impossível aconteceu”. Para Simon, o momento é duro, onde há uma vulgarização do escândalo, e que as atividades ilícitas cometidas pelo ex-presidente e atual senador, Fernando Collor, hoje iriam para o “Tribunal de Pequenas Causas”.
Eric Rocha
Eric Rocha
4 comentários:
Sinceramente, Simon seria um nome interessante para a Presidência da República. Entretanto, por não ser demagogo, acaba perdendo alguns votos, além de nãos er popular no NE e NO do país.
o grande problema é que ele não se encaixa no perfil do próprio partido, além de o PMDB pouco se interessar pela presidência propriamente dita.
Eric, parabéns pelo texto. Está excelente.
Alguns pontos a mais devem ser destacados na fala do senador, ao se referir diretamente da política nacional.
Pedro Simon também falou das recentes polêmicas envolvendo o PMDB.
Em um de seus pontos altos do discurso, chamou seu partido de "uma noiva que dá para quem pagar mais", referindo-se às críticas de que a legenda, embora seja a mais forte do país, tem vício por poder, mas nunca lança um candidato à presidência.
Símon chamou também seu companheiro Romero Jucá de "o homem mais ético da do Senado". Isso porque ele foi líder tanto do Govern oFHC quanto do Governo Lula, ou seja, "não mudou seu discurso em momento algum", criticando a forma como o PT teria se trasnformado ao chegar no poder.
O ex governador gaúcho também criticou líderes paulistas. Embora não tenha citado diretamente seus nomes, Simon lamentou as atitudes do campineiro Orestes Quércia e de Paulo Maluf.
você tá escrevendo cada vez melhor!
mas discordo dele (o Simon) quando fala que a ditadura só caiu quando o povo for pra rua...
abraço
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