sábado, 28 de março de 2009

Eu Queria Ser Você

Hoje a seleção Argentina encara a Venezuela às 19h10min no Estádio Monumental de Nuñez pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010. Mas a atração da partida não será a equipe de Messi, Tevez, Mascherano e Aguero, e sim, novamente, seu treinador. Diego Maradona [foto], o maior craque da história do futebol no quesito “chamar atenção para si”, conseguiu mais uma vez.
Depois de ter afastado Riquelme de sua equipe, El Pibe conseguiu fazer toda a imprensa esquecer a partida após mais um capítulo de seu confronto contra Pelé. Mas nesse caso, os dois estão errados.
Quem começou foi o nosso Rei, que sem a menor cordialidade afirmou: “Maradona não pode ser considerado um exemplo no futebol porque já usou drogas”. Como bem disse uma vez Romário, Pelé calado é um poeta. Todos sabemos os problemas pessoais de Maradona, mas sabendo de todas as dificuldades, Pelé deveria enaltecer um vencedor, um homem que venceu tantas dificuldades, que caiu no vício e o venceu. Ele é sim um grande exemplo de superação e volta por cima, haja vista que hoje ocupa um dos cargos mais respeitados do mundo esportivo.
Era óbvio que Maradona não deixaria barato, conhecendo sua personalidade forte, mas a resposta foi extremamente apelativa e tão desnecessária quanto a fala de Pelé. Ao ser perguntado, El Pibe partiu para a baixaria e utilizou a iniciação sexual de Pelé como argumento para mostrar que o argentino é muito melhor que ele: “O que querem que eu diga, ele estreou com um garoto”, declarou em entrevista coletiva, quando o assunto deveria ser a forma de furar a retranca venezuelana, a escalação de três atacantes ou qualquer outro tema que envolvesse sua seleção. Mas Maradona adora um holofote mesmo.
A iniciação à qual o argentino se refere foi revelada pelo próprio Pelé, em uma das entrevistas históricas feitas pela Revista PLAYBOY da Editora Abril. Em declarações ao ótimo jornalista José Maria de Aquino (leia o que escreveu sobre o tema em seu blog), o Atleta do Século disse em 1980 exatamente isso: “Até os 15, 16 anos eu cheguei a ter algumas transas homossexuais. Minha iniciação foi com uma bicha que nosso time inteiro comeu”.
Dois gênios da bola que nunca se cruzaram dentro de campo, mas se odeiam como cão e gato. O ponto principal é que um tem muita inveja do outro, tenho certeza disso. Pelé inveja a força de Maradona, sua garra, seu tesão para jogar futebol e todo o amor e adoração que seu povo tem por ele, algo que Pelé nunca consegui no Brasil. Do outro lado, o argentino morre de inveja misturada com admiração a tudo o que Pelé fez, afinal, Rei do Futebol e Melhor do Mundo só tem um: aquele cujo apelido é tão famoso quanto o nome futebol.

Heitor Mário Freddo

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