Até o momento, São Paulo é o estado com maior carência de candidatos, algo impensável pela força política do Estado. O atual Governador José Serra tem todo o caminho traçado para ser candidato a presidente, e o nome que mais grita aos ouvidos do PSDB é o de Geraldo Alckmin para voltar ao Palácio dos Bandeirantes. Fazendo essa leitura, a pesquisa Datafolha colocou seu nome como candidato e obteve resposta positiva de 46% dos paulistas. Em seguida vieram, com porcentagens não muito distantes entre si, a petista Marta Suplicy e o fanfarrão Paulo Maluf.
O instituto escolheu o caminho mais óbvio, mas se o cenário realmente for esse, a eleição vai ser um segundo tempo de 2008 na corrida à Prefeitura, aquela em que pela falta de quem votar, Gilberto Kassab foi eleito.
O PT não cometerá o erro de novamente jogar Marta aos leões, ao menos que não tenha a pretensão de vencer. Assim como Alckmin é hoje o nome mais queimado entre os tucanos, que nunca aceitaram perder uma eleição e não deverão lançar um nome com derrotas acumuladas. Quanto a Maluf, só sairá como candidato se quiser perder a boquinha como deputado, o que não acredito. O ex prefeito deverá voltar com seu slogan “Maluf é o cara” e pedindo voto ao 1111 para eleger “o bom prefeito novamente para ser o melhor deputado do universo”. E certamente muita gente cairá nessa novamente.
Na próxima pesquisa, gostaria muito de ver novos nomes nessa lista, como o petista Antônio Palocci, o tucano José Aníbal, o empresário Paulo Skaf e até o prefeito Gilberto Kassab (leia Amigo, estou aqui ). O cenário em São Paulo não será tão óbvio quanto parece.
Já nos demais estados, os principais nomes também são muito conhecidos no cenário nacional.
Em Minas Gerais, o Ministro das Comunicações e jornalista Hélio Costa (PMDB) lidera a corrida com 41%, seguido do também Ministro de Lula Patrus Ananias (PT) com 11% - ele chefia a pasta de Desenvolvimento. Na sequência aparecem o vice-governador Antonio Anastasia (PSDB), que tem 5% e está empatado tecnicamente com Maria da Consolação Rocha (PSOL), com 4%. Hélio Costa, para quem não lembra, é aquele Ministro que defende os interesses da Rede Globo, sendo explicitamente um representante dos Marinho no Governo Federal. Minas é politizada demais para eleger um homem assim.
No Rio Grande do Sul, o estado mais politizado e exigente do país, a eleição mais uma vez será decidida voto a voto e cheia de emoções. A começar pela atual governadora Yeda Crusius (PSDB) que está em terceiro lugar, mostrando que os escândalos de corrupção não serão perdoados pelo povo gaúcho. A disputa principal está entre o Ministro da Justiça Tarso Genro (PT) e o prefeito de Porto Alegre José Fogaça (PMDB). O caso Cesare Batisti pode dificultar o caminho do petista.
Em Santa Catarina a deputada federal Angela Amin (PP) lidera a disputa, com a senadora Ideli Salvati (PT) em segundo lugar.
No Paraná, o bom senador Álvaro Dias (PSDB) está empatado tecnicamente com o prefeito de Curitiba Beto Richa, eleito em 2008 com uma das maiores aceitações do país. A disputa será muito boa, incluindo ainda o senador Osmar Dias (PDT) e o Ministro do Planejamento, o petista Paulo Bernardo.
2010 parece estar longe, mas o eleitor precisa saber desde já quais serão seus possíveis candidatos para poder avaliar em quem será depositada sua confiança. Caso contrário, vencerá o mais bonitinho, ou será eleito o melhor publicitário.
Foto – os governadores “eleitos” pelo Datafolha, em sentido horário: Geraldo Alckmin (SP), Angela Amin (SC), Álvaro Dias (PR), Tarso Genro (RS) e Hélio Costa (MG).
Heitor Mário Freddo
Um comentário:
Essas pesquisas em um período pré-eleitoral, na verdade, pouco traduzem a realidade. Não se sabe quem serão, de fato, os candidatos. É muito achômetro. Pra mim, perde a credibilidade.
Postar um comentário