Estrelado por Morgan Freeman (Menina de Ouro, Um Sonho de Liberdade, Batman, Seven...) e Antonio Banderas (Frida, Femme Fatale, Mulheres a Beira de um Ataque de Nervos, Era uma vez no México, Shrek – como a voz do Gato de Botas, O Corpo...), a produção dirigida por Mimi Leder (Impacto Profundo, O Pacificador) é um conjunto de clichês cinematográficos que, ora se torna óbvio, ora deixa o espectador revoltado.
Freeman interpreta Keith Ripley, um velho ladrão especializado em roubo de obras de arte, frio, calculista e um tanto inexpressivo; Banderas é Gabriel Martin (só para manter mais um pouco o clichê do latino), audacioso e recém chegado à cidade assaltante “do cotidiano”, escolhendo o metrô como seu principal alvo.
A história começa quando o velho Deus de Todo Poderoso decide assistir o novo Zorro em ação, numa aventura dentro do transporte coletivo, com direito a “surfe de metrô” (muito parecido com MIB 2), estratégia para escapar dos policiais (já vi a mesma cena em 24 horas) e o encontro de ambos, quando Ripley convida Gabriel para ser seu novo parceiro.
O rapaz terá a missão de substituir Victor Korolenko, que mesmo sendo parceiro e amigo pessoal fora assassinado por “flertar” com a polícia.
Depois dessa aproximação, surge em cena Alexandra Korolenko (Radha Mitchell, de Em Busca da Terra do Nunca), a estonteante e irresistível órfã que se torna afiliada (contra sua vontade) do assassino de seu pai. A moça, que é advogada, envolve-se em um caso amoroso com Banderas, com direito a cenas longas de sexo.
O passo seguinte é a mão na massa: a dupla tentará um roubo a uma rara e valiosa peça de arte, os ovos Fabergè, de propriedade dos czares russos, que serviriam para pagar uma divida com os mafiosos daquele país e enriquecer Gabriel. Para isso, terão de se disfarçar em festas, projetar ideias insanas e vencer uma segurança simplesmete impossível. Sim, você já viu exatamente isso em Doze Homens e Outro Segredo.
Esse é o momento mais óbvio: mais de meia hora para mostrar aquilo que sabemos que dará certo, com um plano infalível e cenas para arrancar a reação de “nossa”, “meu Deus”, e “uau” da plateia – algo não conseguido, por sinal.
Depois do roubo a história muda e dá as esperanças – por cerca de 20 minutos – de que agora sim o filme se tornará interessante e valerá o tempo investido. Ledo engano. O final é péssimo, numa fraquíssima tentativa de indicar continuação e pior, ao melhor estilo “final feliz Disney”.
Resumindo, não caia na tentação de acreditar que pelos atores o filme é bom; nomes consagrados também escolhem – sabe lá por quê – projetos muito ruins.
PS – esse é meu texto de número 100 no Blog Imprensa Marrom & Cia. Agradeço a todos que me acompanharam até aqui, com sua atenção, seus comentários, críticas, sugestões e paciência, e peço para que não deixem de ver a produção diária do grupo de futuros jornalistas da PUC Campinas.
Rumo ao texto 200!
Heitor Mário Freddo
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