domingo, 24 de maio de 2009

Tudo Pode Mudar

Ele garante que não, mas os fatos mostram que sim: Geraldo Alckmin começou sua campanha para ser novamente Governador do Estado de São Paulo em 2010. Nesse fim de semana, ele que comandou o Estado entre 2001 e 2006 iniciou sua peregrinação por todo o interior em busca de alianças que garantam seu anunciado favoritismo.
Alckmin é atualmente secretário de Desenvolvimento do Governo Serra, cargo pelo qual não teria tamanho status não fosse a intenção de utilizá-lo como meio para manter-se na mídia e aproximar-se do eleitorado – além de poder mostrar “obras” no horário eleitoral do próximo ano.
A primeira cidade visitada foi Sorocaba onde encerrou o seminário Desenvolve Sorocaba, uma iniciativa que será levada para várias outras regiões do Estado, sempre com a presença do secretário que “ensina” como a cidade pode crescer – mais eleitoreiro impossível.
Hoje ele passará o dia em Apiaí, cidade onde pernoitará para visitar amanhã Itaóca.
Como as viagens são de caráter oficial, todos os custos são pagos com financiamento público.
Essa semana um novo nome foi ventilado dentro do PSDB para concorrer ao cargo que José Serra deve deixar para ser candidato à Presidência da República: o secretário da Casa Civil, Aloysio Nunes Ferreira Filho. Convenhamos que será um ilustre desconhecido para o grande eleitorado, o que caracteriza um nome de risco para os tucanos.
Mas tamanha obviedade no nome de Geraldo Alckmin pode ter seus dias contados. No começo do ano, políticos ligados a José Serra afirmaram que a única possibilidade dele abrir mão da vaga para concorrer ao Planalto seria um crescimento de aceitação da candidata petista Dilma Rousseff. Nesse caso, temendo uma nova derrota ao grupo de Lula – o que fatalmente encerraria a carreira política do ex Ministro da Saúde – ele concorreria à reeleição em São Paulo, deixando a Aécio Neves a missão que, em caso de fracasso, não seria catastrófico, já que o mineiro ainda é jovem e carismático.
Pois uma pesquisa Vox Populi encomendada pelo Partido dos Trabalhadores trouxe números que podem mudar esse rumo. José Serra aparece com 36% das intenções de votos, contra 19% de Dilma. Ela, que até então não passara dos 10%, consegue índices cada vez mais altos – graças à presença diária no noticiário e de sua proximidade com Lula.
Há um ano da eleição, Dilma, uma candidata sem rejeição, apresenta todas as condições de ser a tão esperada nova estrela petista.
Se realmente Serra abrir mão da vaga, sua reeleição em São Paulo é quase inevitável, assim como a vitória de Dilma – na pesquisa Vox Populi, se a disputa fosse contra Aécio, a liderança ficaria tecnicamente empatada entre a Ministra e Ciro Gomes (PSB), com Aécio apenas correndo por fora.
Já a popularidade de Geraldo Alckmin não seria desperdiçada pelo PSDB, que provavelmente o lançaria candidato a Senador ou Deputado Federal.
Se os tucanos já contavam com a dobradinha Brasília-São Paulo, é bom colocarem os bicos de molho.


Heitor Mário Freddo

2 comentários:

Francisco Valle disse...

o favoritismo do Alckmin vai variar dependendo de quem ele ira enfrentar.

Thiago Batista disse...

Mas tomara que nossos políticos não esquecem de fazer coisas importantes para a nossa população enquanto estiverem no cargo do que pensar em alianças e estratégias para as próximas eleições.