Xô Perereca

Existem situações que tornam-se verdadeiros folclores dentro da política brasileira. Mas essa história realmente parece piada.
Uma obra rodoviária do Governo Federal ficou parada durante sete meses por conta de uma perereca. Exatamente, uma perereca – no sentido literal, claro.
A construção em questão é parte do PAC – Programa de Aceleração do Crescimento. Trata-se de um viaduto no Rio Grande do Sul, ligando a BR-101. Ela será responsável por um fluxo intenso da Argentina para o Brasil e do Brasil para a Argentina.
O túnel tem mais de um quilômetro de extensão e, em um de seus trechos, foi encontrada uma perereca. Ambientalistas locais exigiram que fosse feito um estudo detalhado para descobrir-se se aquele animal era uma espécie em extinção. Se fosse confirmado, a área entraria num estágio de proteção ambiental.
Uma grande equipe formou-se para, literalmente, caçar perereca no local. Sete meses depois de “pular brejo” descobriu-se que aquele ser era um bichinho comum, mais uma das tantas que aparecem até em nossas casas, grudadas em azulejos de nossos banheiros e nos jardins de nossas casas.
Obviamente toda obra de impacto deve ser acompanhada de perto por ecologistas, mas existem exageros absurdos e intoleráveis. Curiosamente, a pressão sobre as obras federais são extremamente intensas, enquanto obras de governos tucanos quase sempre passam por vistas grossas – vide a Serra do Japi em Jundiaí.
Sete meses de atraso significa um gasto imenso para manter aquilo que já está pronto de pé, estoque de material e mão de obra parada.
Vejam o estrago que uma perereca pode fazer...

Heitor Mário Freddo