
Em geral, foram as torcidas organizadas quem passaram desse ponto, sempre presentes em momentos de crise não somente nas arquibancadas – seu lugar de direito – mas principalmente dentro do clube, ameaçando jogadores, técnicos e diretores sem, no entanto, encontrarem a menor resistência. Sua palavra é muito forte, representa um importante aliado político e, principalmente, impõe medo pela força física.
O caso da semana chega a ser ridículo pelas suas causas. Normalmente os “torcedores” se revoltam após derrotas vergonhosas, falta de empenho ou incompetência, mas ontem integrantes da Torcida Jovem Santista invadiram o CT Rei Pelé em Santos para protestar contra as “terríveis” declarações do zagueiro Fabiano Eller.
Neste Campeonato Paulista, a equipe tem mandado jogos no estádio do Pacaembu, na Capital, para atender aos torcedores de fora da sua cidade sede, atitude muito elogiada e lucrativa. O jogador santista, no entanto, ao ser perguntado, respondeu preferir jogar na Vila Belmiro, já que o estádio do Peixe, por si só, intimida o adversário.
Pronto, a fala já foi suficiente para o grupo protestar – em uma plena terça feira à tarde de trabalho – contra a “absurda” declaração, já que a sede da uniformizada fica em São Paulo e essa nova política facilita o transporte e barateia os custos da Torcida Jovem. Parece até piada.
Hoje o treinador Vagner Mancini, em entrevista coletiva, defendeu seu atleta, mas colocou um ponto final no assunto.
“Essa opinião é compartilhada por quase todos os jogadores. Afinal, eles moram em Santos. Saem dos jogos na Vila e chegam rapidamente em casa. Além disso, os atletas consideram o gramado do estádio alvinegro bem melhor que o do Pacaembu. Mas vamos colocar uma pedra sobre essa assunto. Nós vamos jogar onde for determinado pela direção. Se mandarem a gente jogar no Maracanã, a gente vai lá e joga”, comentou.
O mesmo “respeito” que a torcida organizada corintiana possui dentro de Parque São Jorge na administração de Andrés Sanches (leia Nas asas de um Gavião), a Torcida Jovem tenta impor há muito tempo na Vila Belmiro.
E depois ainda pedem tolerância, tentando se passar como inocentes coitadinhos.
Foto: Um dos distintivos – não oficiais – da Torcida Jovem do Santos, estampado em muitas camisas de “torcedores”. A imagem fala por si só.
Heitor Mário Freddo
2 comentários:
Esse é o meu texto de número 97 no Blog!
Rumo ao 100!
Vida longa ao Imprensa Marrom & Cia
Heitor, vai passar de 100, 1000, 10000 fácil fácil... parabéns!
A propósito do texto e da figura, essa imagem não é apologia ao crime? Se fôssemos um país sério, os repsonsáveis seriam impedidos de usar tal imagem.
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